Braga Jazz 2007
Qui | 15-Mar | Braga | Theatro
Circo |
Bragajazz | Workshops (15 a 24) dirigidas pelo trio do saxofonista John O´Gallagher. | |
21.30 | Bragajazz | Mário Laginha Solo/Trio - ML (p), Bernardo Moreira (ctb), Alexandre Frazão (bat) | ||||
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) | ||||
Sex | 16-Mar | Braga | Theatro
Circo |
21.30 | Bragajazz | Baldo Martinez Grupo - David Herrington (t), Eduardo Ortega (v), Antonio Bravo (g), Pedro Lopez (bat, perc), BM (ctb) |
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) | ||||
Sáb | 17-Mar | Braga | Theatro
Circo |
21.30 | Bragajazz | Ken Vandermark/Adam Lane quartet "4 corners" - Magnus Broo (t), Adam Lane (ctb), Paal Nilssen-Love (bat), Ken Vandermark (cl, clb, sb) |
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) | ||||
Qui | 22-Mar | Braga | Theatro Circo |
21.30 | Bragajazz | Lokomotiv - Bernardo Sassetti (p), Mario Delgado (g), José Salgueiro (bat), Carlos Barretto (ctb), João Moreira (t), Hugo Menezes (perc) |
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) | ||||
Sex | 23-Mar | Braga | Theatro Circo |
21.30 | Bragajazz | Jamie Saft Trio "plays J. Zorn and B. Dylan" - JS (p), Greg Cohen (ctb), Ben Perowsky (bat) |
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) | ||||
Sáb | 24-Mar | Braga | Theatro Circo |
21.30 | Bragajazz | Bunky Green Quartet - BG (sa), Eric Legnini (p), Franck Agulhon (bat), Mathias Allamane (ctb) |
24.00 | Bragajazz | John O´Gallagher Trio - John O’Gallagher (s), Masa Kamaguchi (ctb), Jeff Williams (bat) |
O Braga Jazz é já uma instituição. A edição deste ano prolongou-se por duas semanas com seis concertos no lindíssimo e renovado Theatro Circo mais sessões nocturnas diárias no histórico Café Vianna e ainda workshops durante cinco dias. A programação está a cargo de José Carlos Santos e vem sendo marcada por algum inconformismo.
Como anunciámos na altura, o festival contou com dois projectos de Mário Laginha, o Baldo Martinez Grupo, o 4 Corners de Ken Vandermark e Adam lane, o renovado Lokomotiv de Carlos Barretto, o trio de Jamie Saft e o Bunky Green Quartet. O grupo que animou as noites no Vianna e as workshops era dirigido pelo saxofone de John O'Gallagher. Estive em Braga nos dois últimos dias do festival.
O Jamie Saft Trio realizou um concerto interessante, a denotar a formação clássica do pianista. Anunciado como «The Jamie Saft Trio plays Bob Dylan e John Zorn», o Dylan foi realmente pouco tocado e pouco interessante, muito colado às melodias originais e o encore cantado quase que estragava a noite. Jamie Saft toca melhor do que canta (bom, nunca ninguém teve a lata de dizer que Bob Dylan tinha boa voz…). As composições de Zorn possuíam a angulosidade e sofisticação mínima para fazer o pianista brilhar, mas não o suficiente para aquecer a noite.
Já Bunky Green foi uma lição de história. O saxofonista tornou-se notado numa altura em que «as coisas» evoluíam muito depressa e persistem nele influência visíveis (tão díspares quanto) de Charlie Parker ou do Ornette Coleman pré-harmolódico e obviamente da construção de chaves vertiginosa que haveriam de ser a imagem de marca de Steve Coleman. Realizou um concerto descontraído e saboroso.
Ao contrário da excelente acústica do (já disse) lindíssimo e renovado Theatro Circo, o Café Vianna, onde tocou o John O'Gallagher Trio ao longo das duas semanas do festival, tem tudo menos acústica. Aliás uma das noites, a confusão, barulho, álcool e fumo, era tamanha que os próprios músicos estavam por demais perturbados e não me restou que ir embora. Na noite de sábado a coisa melhorou um pouco e foi possível perceber que estava perante um saxofone expressivo e um contrabaixista muito interessante (quando se ouvia, nos solos). Adiei a minha observação sobre o baterista.
Gostei de estar em Braga. Ao contrário de outras vezes em que tinha quase exclusivamente ido assistir à música, desta vez passeei pela zona histórica que está bastante bem preservada e mesmo renovada. Braga está de facto uma cidade bonita, que vale a pena visitar. O resto é a boa comida do norte e a cordialidade dos minhotos.