Guimarães Jazz
2008
A força da juventude de MARCUS STRICKLAND
Fiz notar na apresentação do
grupo como a voz de Marcus Strickland se vinha tornando uma autoridade de
entre os saxofonistas da nova geração,
sendo figura de proa como solista no projecto Keystone de Dave Douglas ou
na Mingus Big Band. O que conhecíamos menos eram os seus dotes como
líder,
lacuna que veio corrigir a Guimarães.
Strickland possui um som cheio, coltraneano, e um discurso rápido e
dominador. O solo no soprano em Scatterheart de Bjork ou o remate no clássico
Chelsea Bridge foram magníficos! Na eficiente banda que o acompanhou – a
deslizar como se tratasse dos Messengers, haverá ainda que distinguir
a revelação do
trompete de Jason Palmer, um músico que ora evoca directamente a herança
de Clifford Brown, ora soa cru como uma corneta sem pistões. Ainda muito
haveremos de ouvir falar de Jason Palmer.
Jazz inequívoco, com os pés bem assentes na tradição, o Marcus Strickland Quintet abriu da melhor forma a segunda semana do Guimarães
Jazz.
THE COOKERS - Celebrando Lee Morgan
Seguiu-se-lhe na quinta
The Cookers, uma grupo formado com o propósito de evocar os 70 anos do nascimento de Lee Morgan. Quase todos aliás tocaram com o tão
prematuramente desaparecido trompetista.
O repertório andou naturalmente à volta de alguns poucos clássicos
de Lee Morgan, com arranjos de David Weiss, o promotor da homenagem, e originais
de Billy Harper, Maupin ou Cecil McBee, inspirados em Morgan.
Em noite tranquila brilharam Billy Harper no saxofone tenor, Craig
Handy no alto e Bennie Maupin em saxofones e clarinete baixo.
A elegância e sofisticação do KENNY BARRON TRIO
E calma foi, como se esperava,
a noite de sexta, com o Kenny Barron Trio. Um dos grandes pianistas clássicos sobrevivos veio trazer a Guimarães toda a mestria na
arte do trio de piano Jazz. Elegância e sofisticação prenunciei, e elegância e sofisticação aconteceram em Guimarães. Bastaria a
sublime interpretação de Blue Moon para convencer os mais impenetráveis corações, mas ele revelou-se igualmente nos blues ou nas peças
mais angulosas à Monk, ou ainda nos calypsos, mais acessíveis.
Kiyoshi Kitagawa no contrabaixo e Johnathan Blake na bateria estiveram à altura
do que deles se esperava.
A asa do condor - METROPOLE ORCHESTRA + VINCE MENDOZA
Seria legítimo esperar mais do último concerto, a avaliar pelo que conhecemos de Vince Mendoza. Mendoza é um activo compositor e arranjador,
com um lugar já assegurado entre os melhores. Entre
os seus trabalhos mais interessantes que destaquei na apresentação do concerto, está Jazzpaña
onde cruzava o flamenco e o Jazz, que o levou a ser classificado entre os discípulos de Gil Evans (Sketches of Spain), paternidade que ele não enjeita. Mendoza tem
trabalhado com Peter Erskine, Dave Liebman, Nguyên Lê, ou Charlie Mariano, e dirigiu com sucesso grandes formações como a WDR Big Band. Daí a
minha expectativa.
Mas a Metropole Orchestra que dirigiu em Guimarães possui características bem diferentes de uma orquestra de Jazz, se tal existe. Sessenta músicos, entre
os quais uma vasta secção de cordas sugerem-na mais vocacionada para interpretar peças de música clássica que Jazz, e a verdade é que
Mendoza não soube resolver algumas dificuldades.
A Metropole revelou-se realmente uma orquestra pesada e pouco dinâmica, pobre até nos poucos solistas, resumidos a um Peter Erskine algo excessivo, um pouco a recordar
o papel espalhafatoso de alguns bateristas das orquestras de swing do tipo Gene Kupra, um trompetista e um saxofonista competentes mas não brilhantes, e um guitarrista
provavelmente pescado de uma mediana banda de rock sinfónico dos anos
70. Confrangedor.
Mas o que Vince Mendoza realmente não conseguiu resolver foi como transformar
o típico timbre classicista da orquestra ou como agilizar a secção
de cordas que me lembrava sempre o pesado bater de asas de um condor, em vez
do necessário golpe do falcão.
Posto isto, eu creio que foram sempre evidentes os méritos de escrita de Vince Mendoza, apenas perdidos algures entre a composição, a orquestração
e a execução. Algo falhou no grandioso encerramento, embora o generoso público não
tenha notado.
Nem tudo correu realmente pelo melhor no Guimarães Jazz 2008; pelo menos na segunda metade – melhor terá corrido o concerto de Steve Coleman a que assisti na Culturgest em Lisboa -, mas os imponderáveis também fazem parte das regras do jogo. Grandes nomes não fazem necessariamente grandes concertos e o melhor desta semana acabou por vir de onde menos esperara: o quinteto de cinco jovens liderado por Marcus Strickland. Da organização, nenhum reparo, como é hábito. Talvez até mais que em anos anteriores, o material impresso estava realmente criativo e tudo correu sobre esferas.
Enfim, se a crise não atacar também aqui, para o ano haverá mais e melhor Jazz.
1 de Dezembro de 2008
(JazzLogical esteve em Guimarães a convite do Guimarães Jazz)
Antecipação do Guimarães Jazz 2008
Chega o Novembro e com ele o Guimarães Jazz que já vai na 17ª edição. Se a longevidade não é por si só garantia de qualidade, a verdade é que ele há muito que atingiu a maturidade, é um dos grandes se não o maior dos festivais de Jazz nacionais, e ocupa um lugar cativo no calendário anual dos jazzómanos. Entre os quais me incluo, com muito gosto.
Nove concertos (sem contar com as jam sessions diárias), centena e meia de músicos, três grandes formações, workshops, várias actividades paralelas e um cardápio que espanta pelo arrojo e que inclui não poucos nomes cimeiros do Jazz internacional, compõem o Guimarães Jazz 2008, uma vez mais a fazer História.
O festival começa
na quinta-feira 13 com Kurt
Elling. Discípulo
de Mark Murphy, ele é uma das raras vozes masculinas do panorama Jazz
actual, mas é um digníssimo representante dessa classe (male
vocalist). Kurt Elling impressiona mais que pela técnica (irrepreensível),
pela emoção que comunica. Ele é um verdadeiro cantor de
canções, que interpreta de forma relativamente straight, mas
de forma alguma ao jeito dos crooners. Por outro lado, ele usa pouco dos recursos
característicos dos cantores de Jazz do tipo do scat, preferindo ocasionalmente
as técnicas vocalese de um Jon Hendricks; mas talvez que a característica
principal seja mesmo a densidade e emoção que coloca nas palavras.
Simplicidade (aparente) nas formas, elegância e sofisticação,
melancolia e sentimento. Coisas que (já) não se esperam num cantor.
Já lhe conhecia os discos de há muito, mas confesso que fiquei
literalmente pregado ao chão no Estoril Jazz do ano passado quando Kurt
Elling cantou os primeiros versos de (creio que) This Time Is Love, na mais
impressionante interpretação que jamais ouvi. A crítica
nacional (ver votação em Jazzologia) votou o concerto do Estoril
Jazz o melhor concerto de 2007 (ex aequo). Não será descabido
dizer que qualquer concerto de Kurt Elling em qualquer festival de Jazz de
qualquer local do mundo arrisca sempre a ser o seu melhor. A minha única
objecção ao concerto será a sua colocação
num dia de menor afluência de público, mas creio que dificilmente
o Guimarães Jazz teria melhor abertura.
O concerto de sexta 14
está nos antípodas do dia anterior. Steve
Coleman é um saxofonista que procura cruzar a expressão mais
genuinamente parkeriana do Jazz com a música pop urbana. A banda que
irá tocar em Guimarães (e também na Culturgest no sábado
15) foi criada nos anos 80 como expressão do movimento M-Base que liderou
e que era constituído por músicos como Greg Osby, Geri Allen
ou Cassandra Wilson, Lonnie Plaxico, Marvin "Smitty" Smith e Graham
Haynes. Vigoroso e exímio saxofonista (como Charlie Parker, mas também
como Maceo Parker, os seus gurus, ele toca alto), ele procura trazer para o
Jazz a popularidade que perdeu quando o bop migrou para as caves dos bares
e se intelectualizou, embora ele próprio seja um dos representantes
maiores de um certo Jazz intelectualizado (e politizado). Nos mais de trinta
anos de actividade, ele tocou tudo entre Rythm & Blues e Free Jazz, tendo
tocado com Sam Rivers e Cecil Taylor, Michael Brecker, David Murray e ainda
Dave Holland, a cuja banda chegou a pertencer por algum tempo.
Não resta nenhum dos membros originais dos Six Elements de há vinte
anos, mas a banda mantém as características desse tempo, algures
entre o bebop e a oralidade de África, entre o funk e a pop underground
urbana. Música viva e enérgica, ameaça incendiar a plateia
do Vila Flor.
Django
Bates que encerrará a primeira semana da sala nobre do Centro
Cultural Vila Flor destacou-se desde sempre pelo eclectismo e irreverência.
De formação clássica, começou por tocar rock, tendo
participado de seguida nos movimentos de fusão Jazz-pop urbano onde
se destacou Courtney Pine. Os anos seguintes encontramo-lo junto com os nomes
maiores da downtown nova-iorquina como Tim Berne ou de novo na fusão
com o ex-Yes e ex-King Crimson Bill Brufford, ou ainda como membro da George
Gruntz Concert Jazz Band.
A partir dos anos 90 faz-se notado como compositor e arranjador, liderando
os seus próprios projectos onde se destacam o quarteto dedicado às
estações que teve o epílogo já este ano. Depois
do início do milénio - e ao mesmo tempo que começam a
chover nomeações e prémios - quase deixou de gravar, tendo-se
dedicado ao ensino e principalmente à composição e a trabalhar
para as inúmeras encomendas que lhe são solicitadas de todo o
mundo, para bandas e orquestras de Jazz, pop, clássica, mas também
para cinema e teatro.
Django Bates vem tocar a Guimarães o disco de 2008 Spring Is Here (shall
we dance?), à frente da stoRMChaser,
uma orquestra de Copenhaga de dezanove membros, entre os quais treze sopros.
O título sugere um trabalho sobre
música de dança, mas Django Bates é um músico imprevisível.
Se me é permitido, eu sugeria ao público que para o encore lhe
exigissem a sua devastadora versão de New York New York.
Entretanto, é já na
sexta 14 que toca a Big
Band da ESMAE conduzida
por Marcus Strickland no Pequeno
Auditório. Sobre a Big Band da ESMAE, é redundante
voltar a falar-se, dado que ela é presença regular no Guimarães
Jazz e o público sabe que conta com o melhor.
Além disso, o quinteto que leva a Guimarães é o responsável
pelas jam sessions e pelos workshops que estão a decorrer desde o início
da semana.
Enfim, no sábado à tarde, e à semelhança dos últimos anos, a Tone Of A Pitch (TOAP) apresenta o resultado da parceria como Guimarães Jazz. O TOAP Colectivo será este ano composto por Matt Pavolka no contrabaixo, Peter Rende no piano, Alexandre Frazão na bateria e João Moreira trompete, tendo como convidado o singular guitarrista Ben Monder, bem conhecido do público de Guimarães.
Marcus Strickland, que abrirá a segunda semana do festival, é um expressivo saxofonista, um coltraneano que se tem notabilizado na Mingus Big Band ou ao lado de Christian McBride, Tom Harrell, Roy Haynes, ou ainda como ponta de lança do Keystone de Dave Douglas. O quinteto que lidera embalará as altas noites do Guimarães Jazz, que esta semana migra do Convívio para a cave do Vila Flor.
Na quinta 20 é a vez da homenagem ao grande trompetista Lee Morgan, cozinhado por Billy Garper, Bennie Maupin, Cecil McBee, Billy Hart e outros ilustres. No trompete estará David Weiss e The Cookers («The Cooker» é o nome do seminal disco de Lee Morgan de 1957) é o nome do grupo. O percurso de Lee Morgan foi meteórico mas determinante para o Jazz. Ícone maior do Jazz, injustamente esquecido do grande público, ele foi determinante na solidificação da linguagem bop, tendo-se notabilizado ao lado dos Art Messengers, Hank Mobley, John Coltrane, Andrew Hill ou Jimmy Smith, o que atesta a enorme versatilidade e ilustra a enorme responsabilidade do grupo que vai tocar em Guimarães, e em especial do trompetista. Mas David Weiss é um exímio executante, também líder e arranjador, como se verá. Sobre os restantes membros do grupo, o nome fala por eles.
Um clássico incontornável toca na sexta: Kenny Barron, na mais nobre arte do trio. Nomeá-lo de bopper é redutor, ele que é um dos mais finos pianistas do Jazz clássico. Sideman de eleição pela sua capacidade única de ouvir e a empatia que gera, como líder é toda a elegância e sofisticação do mais nobre pianismo Jazz que se solta. Incontornável.
Enfim no sábado a grande Metropole Orchestra dirigida por Vince Mendoza encerra da melhor forma a 17ª edição do festival. Fundada em 1945 (Países Baixos), a instituição Metropole Orchestra acomnpanhou Tony Bennett, Burt Bacharach, Lee Konitz ou Bob Brookmeyer, entre centenas de cantores e músicos e (se contei bem) conta hoje com cinco dezenas de instrumentistas, entre os quais um sólido naipe de cordas que lhe dá um certo cariz clássico. Mas assim quis Vince Mendoza, o actual director (também compositor e orquestrador), um músico profundamente influenciado por Gil Evans, que se notabilizou há alguns anos no projecto «Jazzpaña» onde fundia o Jazz com o flamenco e onde tocavam, entre outros, Michael Brecker, Al Di Meola, Peter Erskine e Carlos Benavent. Na bateria, como convidado, estará o amigo de longa data Peter Erskine.
Um encerramento em grande, como o Guimarães Jazz gosta de fazer.
12 de Novembro de 2008
Qui 13-Nov | Guimarães
|
Centro Cultural Vila Flor
|
22.00
|
Guimarães
Jazz
|
Kurt Elling Quartet
|
Kurt Elling (voz), Laurence Hobgood (p), Rob Amster
(b), Kobie Watkins (bat)
|
Ass. Cultural
Convívio
|
24.00
|
Marcus Strickland Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland (s), Jason Palmer (t), David Bryant
(p), Luques Curtis (b), John Davis (bat)
|
|||
Sex
14-Nov
|
Centro Cultural Vila Flor
|
18.00
|
Big Band ESMAE + Marcus Strickland
|
Marcus Strickland (dir)
|
||
Centro Cultural Vila Flor
|
22.00
|
Steve Coleman and Five Elements
|
SC (sa), Jonathan Finlayson (t), Tim Albright (trb),
Jen Shyu (voz), Thomas Morgan (ctb), Tyshawn Sorey (bat)
|
|||
Ass. Cultural
Convívio
|
24.00
|
Marcus Strickland Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland (s), Jason Palmer (t), David Bryant
(p), Luques Curtis (b), John Davis (bat)
|
|||
Sáb
15-Nov
|
Centro Cultural Vila Flor
|
17.00
|
TOAP Colectivo
|
Ben Monder (g), Matt Pavolka (b), Pete Rende (p), Joao Moreira (t), Alex Frazão (bat) |
||
Centro Cultural Vila Flor
|
22.00
|
Django Bates and stoRMChaser
|
Julie Kjær (f), Bo Skjold Christensen (cl), Magnus Thuelund Hansen (sa), Aske Drasbaek Philipsen (sa, ss), Marius Neset (s), Martin Stender (st), Søren Kristian Karkov (s), Lars Søberg Andersen (t), Jimmy Nyborg (t), Ulrik Kofoed (tro), Sara Madsen (trb), André Jensen (trbb), Daniel Herskedal (tu), Christian Bluhme Hansen (g), Anton Wilhelm Eger (bat), Frans Peter Eld (b-el), Mikkel Schnettler (perc), Josefine Lindstrand (voz, sinos tibetanos), Django Bates (tec, Eb tenor horn) |
|||
Ass. Cultural
Convívio
|
24.00
|
Marcus Strickland Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland (s), Jason Palmer (t), David Bryant
(p), Luques Curtis (b), John Davis (bat)
|
|||
Qua
19-Nov
|
Guimarães
|
Centro
Cultural Vila Flor
|
22.00
|
Guimarães
Jazz
|
Marcus
Strickland Quintet
|
Marcus Strickland
(s), Jason Palmer (t), David Bryant (p), Luques Curtis (b), John
Davis (bat)
|
Qui
20-Nov
|
Guimarães
|
Centro
Cultural Vila Flor
|
22.00
|
The
Cookers
Lee Morgan 70th Birthday Celebration |
Billy Harper (st), Bennie Maupin (st, clb), Craig Handy (sa), Larry Willis (p), Cecil McBee (ctb), Billy Hart (bat), David Weiss (t) |
|
Guimarães
|
Centro
Cultural Vila Flor
|
24.00
|
Marcus
Strickland Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland
(s), Jason Palmer (t), David Bryant (p), Luques Curtis (b), John
Davis (bat)
|
||
Sex 21-Nov | Guimarães
|
Centro Cultural
Vila Flor
|
22.00
|
Kenny Barron Trio
|
KB (p), Kyioshi
Kitagawa (b), Johnathan Blake (bat)
|
|
Guimarães
|
Centro Cultural
Vila Flor
|
24.00
|
Marcus Strickland
Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland
(s), Jason Palmer (t), David Bryant (p), Luques Curtis (b), John
Davis (bat)
|
||
Sáb 22-Nov | Guimarães
|
Centro
Cultural Vila Flor
|
22.00
|
Metropole
Orchestra conducted by Vince Mendoza + Peter Erskine
|
(bat): Petter Erskine,
1ºs (v): Arlia de Ruiter, Alida Schat, Sarah Koch, Denis Koenders, Pauline Terlouw, Erica Korthals Altes, David Peijnenborgh, Seija Teeuwen, 2ºs (v): Merijn Rombout, Herman van Haaren, Lucja Domski, Wim Kok, Elisabeth Cats, Marianne van den Heuvel, Vera van der Bie Violas Mieke Honingh, Norman Jansen, Julia Jowett, Iris Schut, Isabella Petersen, (vcelo): Bastiaan van der Werf, Maarten Jansen, Wim Grin, Jascha Albracht, (ctb): Erik Winkelmann, Arend Liefkes, (har): Joke Schonewille, (f): Janine Abbas, Mariël van den Bos, (obo): Willem Luijt, (s): Marc Scholten, Paul van der Feen, Leo Janssen, Jos Beeren, Max Boeree, (tro): Pieter Hunfeld, (t): Jan Oosthof, Jan Hollander, Henk Heijink, Ruud Breuls, (trb): Bart van Lier, Jan Oosting, Jan Bastiani, (trbb): Martin van den Berg, (perc): Eddy Koopman, Murk Jiskoot, (ctb): Aram Kersbergen, (g): Peter Tiehuis, (p, sin): Hans Vroomans |
|
Guimarães
|
Centro
Cultural Vila Flor
|
24.00
|
Marcus
Strickland Quintet - Jam Session
|
Marcus Strickland
(s), Jason Palmer (t), David Bryant (p), Luques Curtis (b), John
Davis (bat)
|