Guimarães Jazz
2009
O Guimarães Jazz consolidou-se de há muito como o mais importante
festival de Jazz nacional, mercê de uma organização irrepreensível,
do empenhamento da autarquia e das instituições que o organizam,
mas também de uma programação personalizada que, apesar
de ter sofrido uma evolução mainstream nos últimos anos,
se mantém consistente e interessante, e a que não é alheia
uma boa dose de risco. A programação deste ano foi mesmo uma
das melhores de sempre, como foi unanimemente reconhecido pela crítica
e pelo aplauso e participação do público.
Apenas estive em Guimarães na segunda semana do festival, mas já falei
de dois dos concertos – Hank Jones Trio e Kind
Of Blue 50 Years On , que
também passaram por Lisboa.
George Colligan Quintet
O concerto de George Colligan foi
uma verdadeira surpresa para quem o viu menos
de um mês antes em Leiria (e provavelmente também no Seixal). À frente
de um quinteto consistente, Colligan revelou-se um pianista sólido e arrojado
- descolando em definitivo da marca bebop que lhe tínhamos visto - mas
principalmente um excelente director de actores. E os actores eram nada menos
que – na linha da frente – o telúrico Jaleel Shaw em sax alto
e o sempre engenhosos e inspirado Michael Blake, suportados por uma secção
rítmica de primeira água, com Colligan ao piano, o enérgico
E. J. Strickland na bateria e o sólido Josh Ginsburg no contrabaixo.
Os olhos estavam postos na estrela Michael Blake, mas a verdade é que
tanto o seu par no saxofone como toda a banda se revelaram sempre acima da média
em termos de prestação individual ou coesão no grupo e a única
reticência ao concerto acabou por ser um registo excessivamente acelerado
ao longo das duas horas de música, e nem a balada Body and Soul soube
arrefecer o ambiente. Originais de Colligan e alguns clássicos fizeram
o reportório, com um expressivo e saboroso Bebop no remate final. A parada
revelava-se alta para o concerto do dia seguinte.
Dave Holland Overtone Quartet
A quinta-feira tornar-se-ia no entanto uma das noites mais memoráveis
do Guimarães Jazz, e têm sido muitas. Todas as dúvidas que
a introdução do piano nos grupos de Dave Holland me tinham suscitado,
e até mesmo alguma menor consistência que me pareceu sentir no grupo
que tocou em Monterey com Gonzalo Rubalcaba no lugar de Jason Moran, se desvaneceram
após o segundo tema. O conceito do Overtone Quartet é algo diferente
dos anteriores grupos de Holland, mesmo se o contrabaixista permanece a figura
patriarcal. Mas, a começar pelo nome, ele apresenta-se como um combo «democrático»,
onde todos contribuem de igual forma nas composições e nas rédeas!
O concerto começou com um quase dançável Step To It, revelando
um Chris Potter hesitante talvez pela ausência do trombone de Eubanks;
e o mesmo se passou com Minotaur. Mas depois dos dois primeiros temas de Holland
e Potter, surgia um Patterns de Eric Harland; um exercício de acentuados
contrastes cromáticos, revelando um insuspeitado compositor, e ao mesmo
tempo oferecendo ao grupo o espaço de expressão individual simultaneamente
colectivo que pertence à definição mesma do Jazz. O quarteto
de gigantes revelava-se enfim, e o nível não mais baixou. Potter
mudava para o soprano enquanto Jason Moran introduzia o piano eléctrico,
introduzindo um colorido inesperado. Seguiu-se um blues sincopado, Blue Blocks,
de Moran, com o piano a enunciar o tema que o quarteto explorava de forma feliz,
e de novo em evidência a bateria esfusiante de Harland. Maiden parte de
um solo de contrabaixo com Moran a regressar ao piano eléctrico com uma
alusão vaga ao Miles eléctrico e Harland a revelar a faceta mais
percussiva que lhe conhecemos com Charles Lloyd.
O último tema do concerto (antes do encore) retomaria auspiciosamente
um dos discos lendários de Dave Holland, o Conference Of The Birds (de
1972, com Braxton, Barry Altschull e Sam Rivers), pouco (ou nunca mais?) tocado.
Interseption haveria de expor o Chris Potter mais anguloso em soprano e tenor
na evocação dos dois saxofonistas originais – soberbo! –,
dando lugar ainda a um inteligentíssimo e aplaudidíssimo solo de
bateria.
Sky de Chris Potter, em tempo lento, ofereceu uma vez mais oportunidade para
o contrabaixista se revelar – aqui também no arco – a solo
ou em duo com o sax soprano de Potter, ou expressivamente no quarteto.
Inteligência, composição, virtuosismo, modernidade: raramente
passaram de forma tão eloquente em Guimarães. O espantoso é que
ficou no ar a sensação de que este Overtone Quartet ainda não
atingiu o seu zénite!
Cassandra Wilson
Cassandra Wilson apresentou-se como uma verdadeira estrela
pop que realmente é,
com um público que ultrapassa em muito o limitado universo do Jazz.
Nem sempre bem amplificada, a voz de Cassandra perdeu-se sem culpa por diversas
vezes na luxuriante envolvente do grupo onde as origens negras da sua música
estavam bem acentuadas; a começar com na direcção musical
do guitarrista Marvin Sewel que protagonizou um dos momentos mais emocionantes
do concerto num blues do Mississipi – Pony Blues, de Charles Patton.
A sua técnica impressionante esteve patente ao longo de todo o concerto,
e ele será provavelmente o responsável pela linha marcadamente
New Orleans e negra do grupo. Músicos de New Orleans como Reginald Veal
e Herlin Riley, o percussionista nigeriano Lekan Babalola, o repertório
ou o colorido vestido de Cassandra revelavam a intenção «essencialista» estabelecida
entre África, New Orleans e os blues.
O concerto começou com um extravagante arranjo do clássico Caravan,
seguido de uma versão de A Sleeping Bee e Lover Come Back To Me onde
a voz de Cassandra ganhou finalmente a expressão merecida. O público
rejubilou com St. James Infirmary popularizado por Louis Armstrong e o já referido
impressionante Pony Blues, e Cassandra podia ter ido mais longe no Blackbird
que serviu de encore.
Big Band da ESMAE dirigida por George Colligan
A tarde do último dia do festival trouxe uma novidade ao Guimarães
Jazz com o público que quase encheu a sala para assistir ao concerto
da Big Band da ESMAE dirigida por George
Colligan, como resultado das «Oficinas
de Jazz» dessa semana.
Inevitavelmente clássico, o reportório incluiu It Don’t
Mean a Thing, passando por um funky Wiggle Waggle de Herbie Hancock, Body And
Soul (em octeto), Segment de Charlie Parker e o blues Motherless Child, terminando
com dois originais de George Colligan. A orquestra revelou-se fluida e com
algumas intervenções solo muito interessantes, e o maestro estava
visivelmente satisfeito com os resultados no final do concerto.
Dave Douglas, Jim McNeeely & The Blood Sweat
Drum’n Bass
Big Band
A noite de sábado assistiu a dois concertos diferentes protagonizados
pelos mesmos músicos: Dave Douglas e Jim McNeeely e a Blood Sweat Drum’n
Bass Big Band.
Na primeira parte do concerto foi tocada música do trompetista com McNeely
na direcção da orquestra e nalguns temas com arranjos seus também.
Na segunda parte, o Drum’n Bass original prevaleceu na orquestra, com
intervenções de Dave Douglas.
A expectativa era muita, dado que apesar de a forma orquestral constar dos
projectos de Dave Douglas, ela nunca tinha muito provavelmente sido observada
por ninguém na sala, embora a colaboração Douglas-McNeely
tenha dado à luz um CD – A Single Sky – com a participação
da Frankfurt Radio Big Band (FRB). Por outro lado o versátil Dave Douglas
já em Agosto passado realizou um dos grandes concertos do ano na Gulbenkian
e ele atravessa um período de enorme euforia criativa. A acrescer, a
associação com um «clássico» (refiro-me obviamente
a Jim McNeely) e uma orquestra de Jazz atípica, contribuíam para
a curiosidade.
Todas as dúvidas se dissiparam ao primeiro movimento: os arranjos de
McNeely revelaram-se soberbos na forma como soube tirar proveito das especificidades
de uma orquestra que tem o drum’n bass no nome; como soube contornar
as debilidades da ruidosa secção rítmica, dispensando
ocasionalmente alguns instrumentos negligenciáveis, e trazendo com sucesso
para a linha da frente a jovem secção de palhetas (cujos indizíveis
nomes próprios não fui capaz de fixar).
Uma parte substancial
deste projecto orquestral foi escrita durante a campanha eleitoral para a presidência dos EUA, e são conhecidas as conotações
políticas de Douglas adversas a George Bush. As eleições
haveriam de inspirar três dos temas do disco tocados também em
Guimarães (Campaign Trail, The Presidents e Blockbuster), perturbando-as
de eloquência mas também sarcasmo. Na peça maior, A Single
Sky, os arranjos de McNeely fazendo desfilar os saxofones para curtos solos
que se opunham ao tutti numa sequência lógica, sem quaisquer atritos,
em engenhosos movimentos deslizantes; enquanto que Persistence of Memory (com
que o concerto abriu) dedicado ao malogrado Booker Little é um longo
e emocionante lamento. Blockuster, a fechar, para que McNelly apresentou um
arranjo diferente do tocado com a FRB, sob a forma funky, obrigou a um esforço
suplementar de verdadeiro punch nos metais dignos da magnitude da orquestra
de Woody Herman.
Dave Douglas é reconhecidamente o mais genial trompetista da actualidade,
versátil e completo. O que é menos observado, talvez por serem
tocados por formações mais pequenas (ou talvez antes pela sua
dificuldade) é o seu valor enquanto compositor. Creio que os últimos
trabalhos, Spirit Moves e este A Single Sky que tocou em Guimarães se
propõem precisamente corrigir essa falta, que é apenas da observação
da crítica, mas a que não mais se pode esquivar.
A segunda parte do concerto ,
depois do inabitual intervalo, a Blood Sweat Drum’n
Bass Big Band assumiu os destinos da noite. Temeu-se o pior, logo nos primeiros
momentos, quando o maestro surgiu numa imitação de Cab Calloway.
A orquestra possui um repertório que oscila entre a pop, o funky e o
Jazz, que se revela na incorporação de três teclistas,
dois baixos, duas baterias e um percussionista, duas cantoras e guitarra, para
além dos sopros, bem repartidos entre metais e palhetas. Em boa verdade,
não se percebe bem o que lá está a fazer tanta gente na
secção rítmica, parecendo que apenas lá estão
para o espectáculo.
Alguns dos temas tocados roçam a pop mais xaroposa, e muito do som produzido
pela orquestra é realmente excedentário, mas felizmente nem tudo é realmente
medíocre. Apenas se tem a sensação de que a orquestra
procura uma personalidade xovem e radikal, que com frequência descamba
para o disparate. A verdade é que existe um desequilíbrio entre
o nível dos músicos justificado pelo sentido pop da orquestra,
e onde com excepção para os sopros, apenas se revelaram as duas
cantoras..
Posto isto, a orquestra possui uma energia (própria da juventude?) que
falta a muitas orquestras Jazz mais preocupadas em tocar de acordo com a tradição
que encontrar o seu próprio caminho, e algures no atípico repertório
próprio alguns temas mereceram a atenção. Visivelmente
Dave Douglas (que possui ele próprio um projecto funky, Keystone) entusiasmou-se
com essa energia e irreverência, estimulando a resposta da orquestra.
McNeely ainda regressaria ao palco para se sentar ao piano e o concerto acabou
com um bucólico tema de Dave Douglas com arranjos de Jim McNeeely – Tree
And Schrubb.
Despediu-se o Guimarães Jazz 2009; um dos melhores de sempre.
(JazzLogical esteve em
Guimarães a convite do Guimarães Jazz)
Qui
12-Nov |
Centro Cultural
Vila Flor |
22.00 |
“Kind
of Blue, 50 Years On” |
Jimmy Cobb (bat), Buster Williams (ctb), Larry Willis (p), Javon Jackson (st), Wallace Roney (t) Vincent Herring (sa) |
Café Concerto |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Sex
13-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
Hank Jones Trio |
Hank Jones (p), George Mraz (ctb), Willie Jones III (bat) |
Café Concerto |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Sáb
14-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
Branford Marsalis
Quartet |
BM
(s), Joey Calderazzo (p),
Eric Revis
(ctb), Justin
Faulkner (bat)
|
Café Concerto |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Dom
15-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
Guimarães
Jazz/TOAP 2009 |
Bernardo Sassetti (p), Ohad Talmor (s), Demian Cabaud (ctb), Dan Weiss (bat) |
São Mamede – Centro de Artes e Espectáculos |
22.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Seg 16-Nov |
São Mamede – Centro de Artes e Espectáculos |
23.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
Ter 17-Nov |
São Mamede – Centro de Artes e Espectáculos |
23.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
Qua
18-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
George Colligan
Quintet |
George
Colligan (p), Michael Blake
(st, ss), Jaleel Shaw
(sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg
(ctb)
|
Qui
19-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
The Overtone
Quartet |
Dave Holland (ctb), Chris Potter (s), Jason Moran (p), Eric Harland (bat) |
Convívio |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Sex
20-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
Cassandra Wilson |
Cassandra Wilson (voz), Reginald Veal (ctb), Herlin Riley (bat), Marvin Sewell (g), Jonathan Batiste (p), Lekan Babalola (per) |
Convívio |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
|
Sáb
21-Nov |
Centro Cultural Vila
Flor |
18.00 |
Big Band da ESMAE |
George Colligan (dir) |
Centro Cultural Vila
Flor |
22.00 |
Dave Douglas,
Jim McNelly e a Blood Sweat Drum n Bass Big Band. |
Dave Douglas (t), Jim McNeely (p,
dir) + Jens "Chappe" Jensen (condução), Ole Visby (ss), Julie Kjær (sa), Jacob Danielsen (st), Harald Langåsdalen (sb), Nikolai Schneider (st), Søren "Phille" Jensen (t), Jakob Buchanan (t), Bent Hjort (t), René Damsbak (t), Jens Overby (trb), Jens Kristian Bang (trb), Kirstine Kjærulff Ravn (trb), A anunciar (trbb), Kasper Falkenberg (g), Sofus Forsberg (elec), Kasper Bjerg (tec), Aske Bode (tec), Sisse Foged "Moster Phonque" Hyllested (ctb), Rune Werner (ctb), Esben Laub von Lillienskjold (bat), Jais Poulsen (bat), Magnus Jochumsen (per), Gunhild Overegseth (voz), Turid Guldin (voz) |
|
Convívio |
24.00 |
George Colligan
Quintet - Jam Session |
George Colligan
(p), Michael Blake (st, ss), Jaleel Shaw (sa), E. J. Strickland (bat),
Josh Ginsburg (ctb)
|
Eis-nos de novo quase chegados
ao Natal dos jazzómanos portugueses (enfim, para alguns eleitos entre
os quais me incluo), que sempre acontece em Novembro em Guimarães.
Bastante de acordo com a inflexão americana, e mainstream, de há alguns
anos, a programação 2009 contém uma única excepção
europeia, a dinamarquesa Blood Sweat Drum n
Bass Big Band que terá como solista principal Dave
Douglas, mas nomes sonantes não faltam, entre o aguardadíssimo
novo Overtone Quartet de Dave
Holland, o Jimmy Cobb So What
Band, o Hank Jones Trio, Cassandra
Wilson, Branford Marsalis e
o próprio George Colligan e Bernardo
Sassetti TOAP projecto.
Começando pela primeira semana.
12/11 - O único sobrevivente do célebre grupo de Miles Davis – Jimmy
Cobb - que em 1969 fez o que é unanimemente considerado o mais importante
disco de Jazz de sempre, Kind of Blue, inclui Guimarães na celebração
do 50.º aniversário. A So What Band de
Cobb é uma reunião única de veteranos e jovens turcos,
Buster Williams, Larry Willis, Javon Jackson, Wallace Roney e Vincent Herring
e encontra-se em digressão para esta comemoração. A propósito
refira-se que a edição monumental de KInd Of Blue foi unanimemente
considerada pela crítica nacional o «disco» histórico
do ano 2008.
13/11 - O dia seguinte é reservado a outro histórico, Hank
Jones, para uma exibição da mais nobre Arte do
Trio. A secundá-lo estarão George Mraz e Willie Jones III.
14/11 - Um dos mais poderosos quartetos do milénio, o Branford
Marsalis Quartet, iluminará a última noite da
primeira semana. A actuação deste quarteto tem um motivo adicional
de interesse, já que conta na bateria com um jovem de 18 anos em substituição
de Jeff Tain Watts que acompanhava Branford desde há mais de uma década.
Justin Faulkner vem sendo referido como um verdadeiro vulcão!
15/11 - A primeira semana termina com a apresentação da encomenda
do festival à Tone Of A Pitch, que em 2009 ofereceu o trabalho de escrita,
e execução, a Bernardo Sassetti.
O grupo conta ainda com Ohad Talmor em saxofone, Demian Cabaud no contrabaixo
e Dan Weiss na bateria.
18/11 - O quinteto de George Colligan abre
a segunda semana do festival. Colligan é o excelente pianista que irá dirigir
a orquestra saída da workshop e é também responsável
pela animação das noites longas no Convívio e Café Concerto.
O grupo inclui também Michael Blake, Jaleel Shaw, E. J. Strickland e
Josh Ginsburg.
19/11 - Quinta é a noite em que deposito maiores expectativas: o Overtone
Quartet de Dave Holland é uma
formação original para o contrabaixista que se tem esquivado
a ter sempre pianistas nos seus grupos. Ora o Overtone conta com um pianista,
e que pianista!: nada menos que Jason Moran, um dos mais estimulantes pianistas
da actualidade. A banda completa-se com os fantásssticos Chris Potter
e Eric Harland.
20/11 - Cassandra Wilson é a
grande voz convidada para Guimarães. Sem a irreverência de outros
tempos, Cassandra é hoje porventura a mais interessante das cantoras
mainstream; absolutamente imperdível.
21/11 - E antes do concerto de encerramento, a tarde de sábado propõe-nos
a apresentação do resultado da workshop (dirigida pela banda
de Colligan), onde os alunos da ESMAE estarão
em evidência.
Grande expectativa também, enfim, para o concerto de Dave
Douglas, Jim McNelly e a Blood Sweat Drum n Bass Big Band.
Embora existam trabalhos de Douglas para orquestra, eles são menos conhecidos:
estamos habituados a ouvir o trompetista à frente das suas (mais ou
menos atípicas) bandas, reveladoras do génio de um dos mais criativos
músicos de Jazz do século. Por outro lado, originária
da Dinamarca, a Blood Sweat Drum n Bass é uma orquestra poderosa e moderna
onde predominam os sopros, com alguma electrónica, baterias e vozes.
Muito dependerá, dos arranjos de que McNelly, creio, é responsável;
mas dificilmente - até pelo elevadíssimo grau de exigência
que Dave Douglas coloca em tudo o que faz - este não será um
encerramento com chave de ouro.
As jam sessions decorrerão no Café Concerto do Vila Flor de 12
a 14, como novidade de este ano também de 15 a 17 no Centro de Artes
e Espectáculos São Mamede e de 19 a 21 de Novembro no Convívio.
2 de Novembro de 2009