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Guimarães Jazz 2015

Com uma história de vinte e quatro edições, o Guimarães Jazz trouxe a 2015 uma das suas melhores programações de sempre. Programação basicamente mainstream com algumas incursões na vanguarda e um olho na História, o mais importante festival de Jazz nacional cumpriu com o lhe era exigido e superou-se.

Brian Blade & The Fellowship Band

Oregon

Regressados a Guimarães dezanove anos após, embora com apenas dois membros da sua formação original, os Oregon fizeram um bom concerto, embora irregular. Grupo fundamentalmente acústico, com uma personalidade «unplugged» que combina a sonoridade do virtuoso da guitarra clássica Ralph Towner com os sopros, entre o alto e soprano, saxofones e oboé, e uma bateria/ percussão colorida, os Oregon foram um grupo bastante popular nos anos 70.
Os anos pesam no entanto nos Oregon, e a fusão Jazz-clássica-world acusa algum esgotamento. Numa tentativa de renovação da fórmula, Ralph Towner tem tocado cada vez mais piano, ao mesmo tempo o grupo que vem introduzindo alguma electrónica. Mas os resultados são contraproducentes: Towner é um excelente guitarrista, mas é um pianista mediano, o percussionista nunca ultrapassa a vulgaridade e a electrónica é desinteressante.
Mas o concerto teve momentos muito bonitos, quase sempre quando Ralph Towner toca guitarra acústica, e nalguns encontros entre a guitarra e o oboé – com um olor à música das balcãs - ou o saxofone soprano; também quando Towner recorreu à frame-guitar e finalmente num último tema recuperado do som de fusão dos Weather Report.

Brian Blade

Para o grande público Brian Blade será «o baterista do Wayne Shorter», mas ela era um músico com uma carreira consagrada quando em 2002 foi convidado para integrar o quarteto de Shorter (com Danilo Perez e John Patitucci). A The Fellowship Band já existe desde 1997, e por ela passaram, entre outros, Jeff Parker e Kurt Rosenwinkel, e, falando de história, Blade já tinha acompanhado Brad Mehldau e Kenny Garrett em 1995, e também Bob Dylan

(1997), Joni Mitchel (1998) e inúmeros outros de todas as áreas musicais.
E será ao assistir a um concerto da The Fellowship Band que podemos compreender o que é que Shorter terá visto em Brian Blade para o convidar, já que muitas vezes a intensidade da música do velho saxofonista nos impede de observar os detalhes. E «os detalhes» são que Brian Blade é um baterista ora sensível, ora explosivo, versátil.
O quinteto atacou Landmarks, o tema título do primeiro álbum, dando o mote para o resto do concerto: uma bateria que ora apenas parecia deixar-se adivinhar, ora se impunha numa sucessão de explosões controladas que faziam o próprio discurso, um contrabaixista que se fazia notar na segurança e na negritude, dois bons saxofonistas que invariavemente eram os responsáveis pelo tema, com bons solos, ainda que acusando alguma juventude, e um pianista demasiado clássico para o meu gosto, mas que foi ganhando peso nos dedos com o decorrer do concerto, revelando-se num magnífico solo em Kings Highway.
Alguma irregularidade no banda, compensada por uma escrita densa e um baterista contido, poderoso e subtil, absolutamente fabuloso.

Cholet Känzig Papaux Trio

Jason Moran Fats Waller Dance Party
James Farm

A incógnita do festival era o trio de Jean-Christophe Cholet, Heiri Känzig e Marcel Papaux, três músicos de origens distintas: EUA, França, Suiça, que tocam com regularidade na Europa.
Música bem construída, acusando algum academismo, mesmo se revelando energia e irreverência, enveredando aqui e ali por esquemas rítmicos e ostinatos próximo do que faziam os EST ou, ao invés, o melodismo de Carlos Bica.
Concerto agradável.

Jason Moran. Fats Waller Dance Party

A Fats Waller Dance Party é uma reinterpretação live do disco de Jason Moran dedicado à música de Fats Waller: All Rise: A Joyful Elegy for Fats Waller, de 2014.
Jason Moran já vinha antecipando desde há três anos o projecto de tocar o Jazz de um dos mais populares músicos dos anos 40, o genial e impagável Fats Waller, que se caracterizava também por uma performance que a sua própria figura pitoresca autorizava.
O que Moran trouxe para o palco do Vila Flor pôde constituir para muitos olhos e ouvidos uma espécie de sacrilégio na forma subsersiva como abordou Fats Waller, e se o não foi, tal se deveu apenas ao génio do piano que é.
Jason Moran explicou por diversas vezes que a introdução (que nos parecia) expúria de elementos rap na música da Bandwagon advinham da música que ouviu na sua juventude. A sua música pop nunca foi o Frank Sinatra ou sequer os Beatles, mas o hip hop de Afrika Bambaataa e os rappers que eram os ídolos da juventude novaiorquina nos anos 80. Não lhe fazia muito sentido tocar os standards com que não tinha afinidade; a sua pop era outra: o baixo eléctrico da besta Tarus Mateen e a bateria com duas tarolas e uma tarola eléctrica de Daru Jones, impondo uma linha rítmica que pouco tinha de subtil, aí radicam claramente.
Música de fusão de alto risco, escorregadia, nos limites do bom gosto (que é um critério sempre duvidoso), Jason Moran devolveu-lhe o burlesco e a festa que são de Fats Waller.
Repertório quase integralmente composto por originais do velho pianista, Moran atacou «Honeysuckle Rose», um dos temas mais tocados de Waller, mas um tanto esquecido pelos músicos mais jovens, seguido por «Yacht Club Swing» em piano eléctrico, com o público a dançar, e um delicioso «Ain’t Misbehavin’» ensaiando a máscara icónica de Waller com o cigarro ao canto da boca e esgar sardónico. Seguiu-se «Two Sleepy People» com o trompetista em coro com a cantora e, num dos mais sacrílegos momentos do concerto, Fats Waller toca Ornette Coleman - «Lonely Woman» - em ritmo disco! Ab-so-lu-ta-men-te genial!
Sem parar, ataca «The Joint is Jumpin’» e logo de seguida «Fat Lick», original seu, já com quarenta jovens a dançar no palco. E com o público rendido, a máscara de gigantone colocada, a banda a dançar e os jovens que não desarmavam, toca «Ain’t Nobody’s Business» e acelera para «Sheik of Araby», em ritmo funky-disco, com o Mateen a metralhar e a bateria endemoninhada.
Jason Moran regressa para o encore, sentando-se para tocar «Handful of Keys» em piano solo - todo o peso nos dedos do stride de Fats Waller! -, seguido-se um medley que incluiu a mais conhecida das peças do pianista, Jitterbug Waltz, com um solo poderosíssimo do trompete e todo o Vila Flor já a dançar e a cantar.
Jazz-pop negro, a meu ver uma magnífica homenagem à música e ao espírito de Fats Waller. Uma noite de festa como o Jazz também pode ser.

Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE

Taylor Ho Bynum – repetente - e Tomeka Reid foram os convidados para dirigir a residência com os alunos da ESMAE em 2015.
O resultado esteve acima do ano passado, e creio que isso se deverá ao facto de Tomeka Reid ser uma violoncelista com formação clássica e as cordas da ESMAE pretencerem ao curso clássico. Tomeka Reid terá sabido «falar» ao ensemble de cordas como Bynum, Reut Regev e Adam Lane não souberam no ano passado. O problema não é novo e as residências têm tido resultados diferentes todos os anos. Mas num dos temas - básico com um uma base rítmica simples e apenas cordas, Reid logrou pôr diversos alunos a improvisar pela primeira vez na vida. Mais curioso pelo resultado que pelo tema propriamente dito, mas significativo.
Resultados diferentes como seria expectável, considerando até que alguns músicos tocavam Jazz pela primeira vez na vida, mas também pelo repertório. Mais conseguidos nos três primeiros temas, de Douglas Ewart e Jabbo Ware, dois músicos da área da AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians ) e BAG (Black Artists Group); menos nos temas mais abstractos de Bynum e Anthony Braxton. Tomeka Reid e Taylor Ho Bynum dividiram a direcção no tema final – uma melodia muito simples, do cornetista-, dirigindo ambos diferentes grupos de músicos no que me pareceu uma adaptação das formas orquestrais de Lawrence Butch Morris.

Projecto Guimarães Jazz/ Porta Jazz

Segundo ano da colaboração Guimarães Jazz – Porta Jazz, o projecto escolhido resulta do convite dirigido a José Pedro Coelho e Eurico Costa, saxofonista e guitarrista, a que se juntaram Sylvain Darrifourcq na bateria, Nicolas Canot na electrónica e Eduardo Cunha em video mapping.
Primeiro: não foi um concerto de Jazz. Tratou-se sim de uma instalação audio-video, onde o Jazz é um dos elementos a par de outros.
O video é especialmente interessante: em cinco ecrans de diferentes dimensões e formas são projectadas diferentes imagens – por vezes semelhantes ou com afinidades e consequências - em simultâneo, pontos e linhas que alteram a forma, por vezes imagens imprecisas, manchas e formas que se transformam e que ocasionalmente transbordam das margens dos ecrans, tocando ou invadindo os outros. Moderníssimo e muito conseguido.
Ao mesmo tempo, a música que é milimetricamente integrada, a electrónica condicente com o abstracto das imagens, mas invulgar até, acompanhada por uma bateria cirúrgica que por vezes se confundia com a electrónica de Canot; e por fim o Jazz, dois improvisadores que, ainda que espartilhados pelo tempo, souberam marcar a instalação de forma bastante, diríamos, proactiva – para estar de acordo com a modernidade da instalação. A música a servir o video e o video a servir a música numa integração perfeita.
Uma excelente surpresa – confesso que as minhas expectativas não eram grande coisa, dado o pretensiosismo que grassa em instalações do tipo -, a merecer a atenção de um qualquer museu de arte moderna. Em Portugal ou no estrangeiro, diria. Tanto mais que esta é uma obra que se perde gravada em CD ou DVD, e que merece realmente ser vista e ouvida. Mas atendendo ao estado em que as coisas estão, temo que venha a cair no esquecimento.

Archie Shepp

Muito bom.

Taylor Ho Bynum Quintet

A segunda semana iniciou-se, como sempre acontece, com o grupo que alimenta as workshops e as jam sessions.
Diria que faltou composição na música do quinteto de Bynum. A sua missão era algo espinhosa, pela herança de Braxton, mas nunca as composições – com excepção para o encore, todas as composições tiveram como autor o cornetista - se revelaram o consistentes suficiente para convencer. Diria que criou ambientes, por momentos as conjugações instrumentais faziam sentido mas muitas vezes os músicos pareciam deixados abandonados, com excepção talvez para «YXbC» e «Navigation / KID» a denotar algum investimento na escrita. E depois – no encore - veio Ellington. Magnífico Ellington - «Village of the Virgins» -, com Taylor Ho Bynum a revelar engenho no arranjo e toda a banda a demonstrar que sabe tocar (o que enfim, é uma coisa que nem todos os músicos de free se podem gabar). Ah, a alegria do Jazz! (quatro estrelas para o tema de Ellington)

James Farm

Bem melhor correu a estreia do James Farm em Portugal. Joshua Redman regressava a Portugal depois de o ano passado ter estado em Guimarães como convidado da Trondheim Jazz Orchestra; oportunidade única para o ver integrado no grupo que é um quadrado (redundância) perfeito, que se evidenciava a todo o momento na coesão, mas na própria simplicidade das soluções. E embora o saxofonista seja inevitavelmente a estrela da banda, o James Farm é bem mais do que a banda de Redman, o que é revelado logo na autoria das composições, e que em Guimarães pertenceu aos quatro membros do grupo.

E nunca sequer por momentos o grupo se desviou de uma forma musical que é obviamente mainstream, na linha da tradição do Grande Jazz, com tudo o que pode ser criticável na inaudácia estética, como fruível no gozo e na alegria insuperável de tocar e ouvir Jazz.
Os James Farm tocaram temas dos seus únicos discos, Landmarks e City Folk, bem construídos, com interpretações equilibradas, oferecendo oportunidades aos solistas que se revezavam. «Two Steps», oportunidade para Redman brilhar no saxofone tenor, um enérgico «If By Air» com Harland, Pennan e Redman em destaque, um épico do pianista, «Unknown», lindíssimo, lento, pastoral, «City Folk», de novo o melhor de Redman no tenor, «Farms», uma balada de Parks, plena de densidade e lirismo, «Otherwise», de novo Parks, «Aspirin» de Pennan, com Parks no piano eléctrico algo «blasé», e finalmente «North Star» a revelar os dotes de escrita de Eric Harland numa peça de grande complexidade, plena de movimento, com um solo de piano antológico.
Com a sala toda de pé, o James Farm regressou para um encore, uma balada com algo de soul, com Redman no saxofone soprano, e todo o quarteto em estado de graça. Solos dos quatro músicos, num grande final de noite.

Maria Schneider Orchestra

Música perfeita por um quarteto imaculado, inexcedível.

Archie Shepp

Numa das mais eclécticas programações de sempre do Guimarães Jazz, Archie Shepp cumpriu o papel da representação da História. Ícone do free-jazz dos primórdios, quando o free ainda se chamava New Thing – a «coisa nova» - e tinha raízes no hard-bop e na música tradicional negra, comportando em si a luta dos negros norte-americanos pelo reconhecimento dos seus direitos, contra a integração e o branqueamento da sua herança, Archie Shepp foi sempre um músico controverso, até pela intervenção sócio-política, pelas peças teatrais contundentes que escreveu e pela música que radicava na mais profunda tradição negra, do blues ao rhythm & blues, do gospel ao Jazz mainstream dos grandes saxofonistas do período anterior, das worksongs ao bop - onde a música se confundia amiúde com a intervenção.
Impressionante como a sua música mantém, mais de cinquenta anos depois, a mesma chama, a mesma força com que recuperou a sonoridade rude que atravessava géneros e formas. Shepp atacou um libelo free: «U-Jamaa», seguido de um tema de um dos seus compositores mais queridos – Duke Ellington: «Don’t Get Around Much Anymore» - e canta!, depois «Un petit surprise pour demoiselle», seguido de uma balada, rude, de Strayhorn, «Chelsea Bridge Steam» , «Mama Rose» dedicado à avó (o baterista percute o corpo um pouco como temos visto fazer Bobby McFerrin, mas que é uma tradição negra antiga), com Shepp alternando o tenor com o soprano e a cantar, «The Stars Are in Your Eyes», regressa ao tenor, «Hope Two», dedicado a Elmo Hope, secção rítmica poderosíssima, bem negra, hard-bop, e um saxofone áspero, rugoso, dramático; e enfim um blues, «Driver» (creio), Shepp canta de novo na boa tradição dos blues shouters: todo o peso da história na garganta rouca de Archie Shepp.
Regressado para o encore, Archie Shepp ataca uma versão rough de «‘Round Midnight», passando para um ritmo latino ao jeito de Rollins.
A História do Jazz numa hora, dir-se-ia!

Maria Schneider

O concerto da Orquestra de Maria Schneider em Guimarães não fez justiça ao belíssimo disco que marcou o seu regresso ao estúdio sete anos depois de Sky Blue (e de que já falei na crítica de discos). Não que tenha sido um mau concerto ou um aborrecimento, longe disso!, mas porque lhe faltou algum detalhe que a amplificação não conseguiu revelar no jogo da guitarra-acordeão-piano-bateria, e algo se perdeu também nas subtilezas harmónicas dos metais/ palhetas.
Mas o que terá escapado da subtileza das composições de Schneider foi compensado pela magnífica prestação da banda, em especial nos solos. Vale a pena referir Steve Wilson em sax alto («Green Piece» e «Nimbus»), Marshall Gilkes/ Greg Gisbert (trompete e fliscórnio a interpretar o voo das borboletas monarca em «The Monarch and The Milkweed»), Mike Rodriguez (solo monstruoso em trompete, na mais enérgica peça do concerto, de Evanescence de 1994, «Dance You Monster to My Soft Song»), no envolvente e visual solo do veterano Rich Perry («Home»), nos solos devastadores de Donny McCaslin (tenor) e os companheiros de longa data de Schneider Frank Kimbrough (piano) e Scott Robinson (saxofone barítono e clarinete baixo) em «Arbiters of Evolution», de novo em barítono Scott Robinson já no primeiro encore, «Walking By Flashlight», e Dave Pietro (saxofone alto em « All Night, In Gusty Winds»). E faltou, lamentavelmente, pela ausência do percussionista, «Lembrança».
E apesar de tudo, transcendente, envolvente, belo, Maria Schneider, «The Thomson Fields», Guimarães.

 

Notas finais:

a) Por qualquer razão foram raras e sem grande interesse as participações de músicos estrangeiros (não contando com a banda de Bynum, a banda responsável) nas jam sessions, valendo a pena referir a assiduidade de dois jovens: Christus e Diego, alunos mais que prometedores da ESMAE, a seguir com muita atenção. E já tinha falado do saxofonista Christus no ano passado.

b) A direcção das workshops levanta sempre alguma polémica, até porque sem grande esforço poderíamos encontrar «melhores» professores para dirigir as residências entre a prata da casa. E refiro-me apenas ao aspecto pedagógico. No entanto, e ainda assim, eu defendo que o confronto dos alunos com outros universos musicais (de música e ensino), outros modelos e outros músicos, é uma mais valia para os jovens estudantes, habituados aos «truques e vícios» dos professores das suas escolas. Este modelo parece-me particularmente interessante. Pode discutir-se os músicos e os professores, mas o modelo possui virtudes que o convite a directores nacionais não autoriza.

c) Com excepção para o interessante projecto Guimarães Jazz/ Porta Jazz (e os alunos da residência), a presença de músicos nacionais é nula no Guimarães Jazz. Não sendo eu um nacionalista (quero dizer, não penso que se deva promover a música portuguesa em abstracto, até porque a maior parte da música portuguesa é má, não há outra palavra para a definir), eu creio que está na hora do Guimarães Jazz abrir a sala nobre para o Jazz nacional. Sem grandes dificuldades, eu posso citar de cabeça meia dúzia de nomes e projectos que merecem uma visibilidade nacional e internacional que apenas os constrangimentos da miséria cultural que grassa entre nós tolhem.

(Todas as fotografias por Paulo Pacheco)

Leonel Santos

(Leonel Santos esteve no Guimarães Jazz a convite do festival)

Data
Cidade
Local
Hora
Banda
Músicos
Qui 5 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 Oregon Ralph Towner(g, p), Paul McCandless (oboé, ss), Paolino Dalla Porta (ctb), Mark Walker (per, bat)
Sex 6 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 Brian Blade and The Fellowship Band Brian Blade (bat), Jon Cowherd (p), Chris Thomas (ctb), Myron Walden (sa), Melvin Butler (st)
Sáb 7 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - PA

18.00 Cholet Känzig Papaux Trio Jean-Christophe Cholet (p), Heiri Känzig (ctb), Marcel Papaux (bat)
Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 Jason Moran: Fats Waller Dance Party Jason Moran (p, f-r), Tarus Mateen (ctb), Daru Jones (bat), Lisa Harris (voz), Donvonte McCoy (t)
Dom 8 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

17.00 Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE Taylor Ho Bynum (dir), Tomeka Reid (dir)
Guimarães

PAC / Black Box

22.00 Projeto Guimarães Jazz / Porta Jazz José Pedro Coelho (s), Eurico Costa (g-el), Sylvain Darrifourcq (bat), Nicolas Canot (elec), Eduardo Cunha (video mapping)
           
Qua 11 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 The Taylor Ho Bynum Quinteto Taylor Ho Bynum (corn), Tomeka Reid (celo), Alexander Hawkins (p), Neil Charles (ctb), Tomas Fujiwara (bat)
Qui 12 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 James Farm Joshua Redman (st), Aaron Parks (p), Matt Penman (ctb), Eric Harland (bat)
Sex 13 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 Archie Shepp Carl Henry Morisset (p), Darryl Hall (ctb), Steve McCraven (bat)
Sáb 14 Guimarães

Centro Cultural Vila Flor - GA

22.00 Maria Schneider Orchestra

Maria Schneider (dir), Steve Wilson (s), Dave Pietro (s), Rich Perry (s), Scott Robinson (s), Greg Gisbert (t), Augie Haas (t), Frank Greene (t), Mike Rodriguez (t), Keith O’Quinn (trb), Ryan Keberle (trb), Marshall Gilkes (trb), George Flynn (trb), Ron Oswanski (aco), Lage Lund (g), Frank Kimbrough (p), Jay Anderson (b), Johnathan Blake (bat)