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Jazz em Agosto

2013

 

O Jazz em Agosto comemorou 30 anos. Incontornável acontecimento da capital, por ele passaram ao longo de três décadas alguns dos nomes mais marcantes do Jazz contemporâneo. Desde a primeira hora assumidamente um festival de vanguarda, ele foi inevitavelmente controverso. As polémicas do Jazz ou não Jazz foram surgindo com regularidade, da pertinência de uns ou outros nomes. Mas, como disse, a controvérsia era inevitável, até pela própria natureza, «vanguardista», do festival. Como sempre as vanguardas – a pertinência das vanguardas - são julgadas pela História, e o Jazz em Agosto tem o seu quinhão de trigo e de joio.

Ao longo dos últimos trinta anos, tudo mudou. As vanguardas diluiram-se ao mesmo tempo que a globalização «encolhia o mundo» e a tecnologia aproximava as pessoas, a sociedade mudou, as relações, a comunicação, o quotidiano, também a Arte e a Música, ao mesmo tempo que as fronteiras entre géneros e formas pareceram desvanecer.

Os anos 80 viviam o ocaso do free, pelo menos enquanto movimento de vanguarda (se pensarmos o free enquanto movimento, o que implicaria alguma unidade), mas a realidade do Jazz que se faz hoje é muito diferente, e tenho sérias dúvidas que se lhe possa encontrar uma vanguarda consistente. O Jazz em Agosto de 2013 vive nessa contradição.

Mas cônscio da contradição, o Jazz em Agosto procurou nos últimos anos evitar a referência à vanguarda, mesmo se mantendo uma programação «alternativa». O modelo de transgressão e modernidade como paradigma: «o outro lado do Jazz»; foi ainda assim bastante um risco calculado já que, para o grande público, a Fundação Calouste Gulbenkian é associada à «grande cultura», e a instituição ofereceu ao festival os meios que lhe permitiram trazer a Portugal alguns dos nomes maiores da cena internacional, e de os expôr e publicitar como nenhuma outra.

Remeto os meus leitores para o que sobre o festival - e suas contradições - tenho escrito nos últimos anos e que está publicado neste site.
Festival personalizado como poucos, o Jazz em Agosto tem – com um interregno nos anos 90 – desde a primeira hora o rosto de Rui Neves, o seu programador histórico. Cumpre dar os parabéns ao festival pela proventa idade, apenas batido em longevidade pelo Estoril Jazz.
Parabéns Jazz em Agosto, parabéns Rui Neves.

A comemoração justificou uma programação ambiciosa e a edição de Partidas/Chegadas – Novos Horizontes no Jazz, uma luxuosa reunião de ensaios, perfis, discografias, incluindo textos dos críticos Stuart Broomer, Brian Morton e Bill Shoemaker, e fotografias de Eduardo Gageiro, Joaquim Mendes, João Freire, Jorge Gonçalves, José Manuel, Luís Vasconcelos e Nuno Martins.

A programação constou de onze concertos e sessões de cinema que incluíram um ciclo dedicado a John Zorn, uma série documental realizada para a televisão «aTensãoJAZZ», e ainda os registos de dois concertos históricos do Jazz em Agosto: o World Saxophone Quartet de 1987 e a Sun Ra Arkestra de 1985.

Quanto à música: três concertos de John Zorn – comemorando também o seu 60.º aniversário -, três projectos icónicos de entre a sua vasta produção: Essential Cinema, Electric Masada e The Dreamers; o retorno de Anthony Braxton, o rosto da vanguarda Jazz erudita; Pharoah & The Underground, reunindo um histórico do free jazz – Pharoah Sanders – e dois projectos de Rob Mazurek; Drumming GP plays Max Roach M’Boom, recuperação do colectivo de percussões de Max Roach, apresentado no Jazz em Agosto de 1995; o quinteto de Mary Halvorson, uma das mais inovadoras guitarristas da actualidade; o novo grupo do virtuoso Peter Evans; os Elephant9 e The Thing XXL, dois grupos que de forma diferente prolongam a estética free; e finalmente o novo grupo da cantora Maria João – Ogre -, que abriu o primeiro Jazz em Agosto em 1984, e que simbolicamente foi convidada para abrir a trigésima edição do Jazz em Agosto.

Fica aqui o registo dos concertos a que assisti.

John Zorn.
Músico prolífico – excessivo! -, John Zorn vem espalhando a sua obra por géneros tão diferentes quanto a pop e o rock, o punk e a noise, a música klezmer, a ambient e a house, o free jazz e o Jazz; canibalizando formas e géneros de forma irregular, recortando e colando, imitando e recriando: a homenagem do Jazz em Agosto a John Zorn surge como natural. Centenas (!) de discos, performances onde o dramático se combina com a música e a irreverência ganha foros, fazem de John Zorn uma verdadeira estrela pop, justificando a enchente dos primeiros dias do Jazz em Agosto 2013. Para os três concertos, John Zorn utilizou uma mesma banda, com pequenas alterações.
The Dreamers - John Zorn@60

The Dreamers prossegue a experiência enunciada em The Gift de 2001, quase sempre excessivamente melódica e harmónica. O Jazz andou sempre apartado do concerto e, pelo contrário, foi possível encontrar referências à cultura televisiva norte-americana, à sonoridade de Carlos Santana ou Ray Manzarek (Doors), à fusão jazz-rock ou a elementos folclóricos mais ou menos exóticos, numa mescla que remetia directamente para a pop dos anos 70. John Zorn apenas dirigiu, provocando ocasionalmente um caos controlado que levava o público ao êxtase.
O plantel de monstros em palco (Ribot, Saft, Baron…) não contribuiu para elevar o nível do concerto: a música era mesmo assim.

Essential Cinema / John Zorn @60
/

A música para cinema tem grandes tradições, sendo que inúmeros compositores se especializaram no género. Desde o cinema mudo, em que pianistas ou pequenos grupos acompanhavam ao vivo a projecção, até aos que, como Morricone ou Angelo Badalamenti que se especializaram num género; dos ocasionais, solicitados para contruir um tema - de Lalo Shiffrin a Henry Mancini - aos ignorados e aos incaracterísticos, a música esteve sempre presente na história do cinema. E se a música serviu o cinema, a verdade é que a imagem - o cinema, a fotografia e a pintura - também serviu a música. Inúmeros compositores se inspiraram na imagem, entre Mussorgsky e Bill Frisell. Este último é mesmo um bom exemplo, já que tem vindo a compor com sucesso sobre inspiração de cinema mudo, documentários e animação. E é conhecido como inúmeras bandas sonoras se emancipam nas estantes das discotecas, Leonard Bernstein ou Nino Rota.
Os quatro filmes programados justificaram quatro interpretações bastante diferentes. O primeiro, filme de Joseph Cornell de 1934, com floresta, exploradores e selvagens, teve o seu melhor momento na guitarra de Marc Ribot alternando entre as suas divagações latinas e o experimentalismo, mas não conseguiu escapar ao modelo – diria intencionalmente e de forma provocadora - de «música de elevador». A animação experimentalista de Harry Smith justificou o momento menos interessante da noite: efeitos de caleidoscópio, sons dispersos, ritmos repetitivos, pouca inspiração.
Melhor esteve Zorn ao convocar o octeto para musicar o filme de Wallace Berman de 1966: mais consistência; também mais música e mais Jazz, num caldeirão onde couberam bebop, westcoast, Miles Davis eléctrico e a invocação de Ornette no saxofone.
O octeto continou para o último filme, mudo, de Joseph Cornell, dir-se-ia smooth jazz com fantasias electrónicas e percussões.

Elektric Masada / John Zorn @60

O Elektric Masada é o mais interessante dos projectos de John Zorn, de onde derivaram ao longo dos anos cambiantes. Projecto de fusão relativamente original, ambicioso na ideia de juntar Ornette Coleman e música klezmer, está longe de se esgotar nestes dois universos: o concerto da Gulkbenkian acrescentou rock progressivo, free-jazz, Herbie Hancock e Carlos Santana, elementos de música oriental, Miles Davis e electrónica ao saxofone ayleriano de Zorn. Singular na capacidade de construir um universo coerente a partir destes elementos dispersos, o concerto dos Electric Masada encerrou da melhor forma a apresentação de John Zorn.
Há muito de encenação (não musical) na obra de Zorn, que empresta o cunho de «qualidade» e «modernidade» até a formas pouco interessantes. O excesso e o efémero da sua obra, essa teatralidade, aliada ao oceano de referências que evoca, à capacidade de fundir elementos consistementemente numa forma que diríamos próxima do conceito de «globalização», autorizam-lhe a classificação – como a poucos - na modernidade.

Drumming GP plays Max Roach M'Boom

Um dos maiores bateristas da História do Jazz, Max Roach, foi homenageado pelo Jazz em Agosto de 1995. Nesse festival, Max Roach apresentou quatro dos seus mais significativos projectos, o Quarteto, o Octeto, o Duplo Quarteto e o M’Boom, colectivo de percussões.
Em parte talvez pela impossibilidade de reunir na Gulkbenkian as estrelas do projecto original, o baterista ensaiou com grande sucesso alguns dos melhores bateristas e percussionistas portugueses. Sem intentar copiá-lo, o concerto do Drumming GP inspirava-se nesse projecto e nesse concerto.
As maiores diferenças entre os dois concertos residiram na escrita densa do Drumming GP e componente percussão em substituição da bateria. Max Roach era um baterista extremamente harmónico e expressivo, e assentava essas qualidades na exploração das possibilidades tímbricas da bateria (ela mesma, bateria clássica, tambores – tarola, tímbalos e tímbalões, bombo - e pratos – crash, ride, pratos de choque; com variantes), no que alguns chamaram de «talking drums».
Pelo contrário, a música do Drumming GP assenta num colorido que se suporta muito na evocação das percussões coloridas das músicas «étnicas», africanas, brasileiras e orientais, e diria que até a bateria do convidado Alex Frazão contempla bastante deste colorido externo à bateria Jazz, enfim completadas com os vibrafones e marimbas.
Não era expectável, nem desejável, que o concerto do Drumming GP replicasse essoutro do M’Boom, mas eu gostaria que a bateria estivesse mais exposta, o que não aconteceu. Ainda assim, o Drumming GP realizou um concerto mais que agradável. As marimbas e vibrafones de Jeffery Davis estiveram em exposição num concerto, como referi, bastante colorido, e vibrante.

Elephant9 + Reine Fiske

Os Elephant9 são um cruzamento da música dos Supersilent com o rock progressivo do tipo Black Sabath/ Deep Purple, mas a sua proposta é por demais incipiente. E se a formação atípica e utilização do hammond poderia sugerir alguma originalidade, na verdade eles sugerem-se como uma banda de garagem com um radicalismo pretensioso que não convence.
Aborrecido.

The Thing XXL

Por qualquer razão algumas pessoas pensam que chegar ao palco e desatar a arranhar uma guitarra no chão é uma proposta estética. Da primeira vez, até poderia ter graça, não como projecto musical, mas como provocação ou interrogação sobre os limites da música. Da mesma forma fazer da brutalidade música teve graça por um momento há várias décadas atrás, mas agora revela-se indigente e imbecil.
Quando se faz disto projecto e isso é tudo o que se faz, torna-se legítimo perguntar se ele sabe fazer mais alguma coisa. Quando se junta uma idiotice a um questionável projecto de renovação (remodelação?) de qualquer coisa, a totalidade da idiotice revela-se.
E por favor, não ofendam a nossa inteligência com a patranha da «homenagem a Don Cherry». O disco de 2012 de Neneh Cherry (filha adoptiva de Don Cherry, alma do icónico Rip Rig & Panic, que sim, gravou nos anos 70 com Don Cherry, e que cantou - ela - em 1982 em Vilar de Mouros), com os The Thing, nada tem a ver com o trompetista. Ouçam, please.

Peter Evans Octet

Peter Evans tem-se notalibizado na área da «improvisação livre», na esteira de músicos como Evan Parker. Mas se as suas apresentações nessa área me levantaram interrogações quanto à pertinência, o grupo que apresentou na Gulbenkian em 2009 revelou uma escrita dura, um compositor bastante interessante, mesmo se a música que fazia atirava claramennte para fora do Jazz.
O octeto que se apresentou este ano no Jazz em Agosto revelou alguns instrumentistas, introduziu mais electrónica, e uma paleta instrumental mais alargada, numa cohabitação com frequência feliz de composição e improvisação; mesmo se nem sempre conseguida, e se a procura de originalidade o levasse por vezes a «esquisitices» que pareciam evocar a banda sonora de uma qualquer episódio de Twiligt Zone.
Os solos mais interessantes estiveram a cabo do guitarrista, Brandon Seabrook – um discípulo de Joe Morris? -, do pianista Ron Stabinsky, e do próprio trompete de Peter Evans, enquanto o furacão Jim Black esteve sempre apagado, e a electrónica foi quase sempre irrelevante.
Concerto desigual, confirmou os dotes como escritor «conceptual» e como instrumentista, com momentos brilhantes, mas foi prejudicado pela dispersão e pela ambição, e também por algum desequilíbrio na banda. Alguns dos momentos altos do festival pertenceram-lhe, sem dúvida, mas faltou-lhe principalmete maturidade.

Anthony Braxton Falling River Music Quartet

Anthony Braxton é um dos mais importantes músicos de free-jazz de sempre, chefe de fila da área do Jazz mais próxima da música contemporânea, que nem sempre se considera sequer um músico de Jazz. Controverso e irreverente, desenvolveu para a sua música uma forma de escrita singular, e singulares são os seus projectos, que tanto se podem incluir sem pejo dentro da música de câmara, como na «improvisação livre» ou bebem em Charlie Parker ou Thelonious Monk.
Música conceptual por definição, diria sem errar que Braxton estabeleceu os parâmetros da sua música ainda nos anos 70, e o que fez nos quarenta anos subsequentes foi desenvolver sob inúmeras formas o paradigma definido. A sua personalidade musical influenciou toda uma geração de músicos, entre Marilyn Crispell e essa jovem guitarrista que tem marcado presença no Jazz em Agosto e que dá pelo nome de Mary Harvorson.
O ««Falling River Music Quartet» com que Braxton regressou à Gulbenkian contava pois com essa singular guitarrista - Mary Halvorson -, e também com Ingrid Laubrock, uma saxofonista «radical», muitíssimo inreressante, e Taylor Ho Bynum, ambos assíduos no Jazz em Agosto, este último um dos companheiros de Braxton mais regulares nas últimas décadas. A comunhão de preceitos estéticos foi patente em todo o concerto.
Dois saxofones, um trompete e uma guitarra, uma forma de quarteto de câmara que conjura uma noção de tempo que abdica de estrutura rítmica, mas também o próprio tempo da composição, que parece viver por si mesma, sem princípio nem fim, e que tanto poderia ter 15 minutos como continuar ad infinitum.
Dir-se-ia uma música que parece não ser tocada, mas tocar-se, impôr-se aos músicos, ausente de emoção, abstracta, geométrica, amelódica, afuncional, atemporal.

Mary HalvorsonQuintet

O Jazz! Finalmente!
O que torna Mary Harvorson única no panorama do Jazz actual, é não apenas a singularidade num intrumento que se pensava esgotado, mas a solidez da sua música, revelada nas composições bens estruturadas e frescas. Se a isto adicionarmos um grupo de músicos superlativos, que tanto navegam nas águas (turvas) da «improvisação livre», como são capazes de ler uma pauta ou swingar com gozo, e ao mesmo tempo tocar com uma noção de combo capaz de rivalizar com qualquer grupo de Jazz convencional, então percebemos como qualquer concerto de Mary Halverson pode ser um acontecimento.
Halverson, Jon Irabagon, John Hebert, John Finlayson, Ches Smith, um genuíno All Stars de jovens turcos reunido para fazer uma música alegre e criativa, que tanto surpreende pelo swing explícito de algumas composições (que compreendemos que aborreça os adeptos do experimentalismo fátuo que parece estar na moda), como pelo swing sugerido (diríamos virtual), das intrincadas estruturas construídas pela dupla Hebert-Smith, a que se juntam Halvorson e surpreendentemente os trompete e saxofone, num jogo de construção/ desconstrução/ interrogação estimulante (para os músicos e o público).
A coesão do grupo, e a inequívoca filiação dos músicos nessa coisa estranha que é o Jazz, torna-se óvia nos detalhes, na forma como se desafiam e se antecipam nos solos (ao contrário dos «improvisadores livres» que têm dificuldade em se ouvir e ora debitam frases que não controlam ou, recorrentemente, têm os solos decorados). Jon Irabagon e Jon Hebert – dois monstros! – fizeram os solos da noite, mas o subestimado Jonathan Finlayson e Halvorson brilharam no encore e o mais discreto Ches Smith foi sempre o motor do quinteto.
Música moderna, poderosa, estimulante; sem surpresas o melhor concerto do festival. Uma festa!

Pharoah &The Underground

Pela quarta vez no Jazz em Agosto, Rob Mazurek regressou em 2013 com um grupo que pretendeu fundir dois dos seus mais icónicos grupos, o São Paulo Underground e o Chicago Underground com Pharoah Sanders, lendário músico de free-jazz dos anos 60, companheiro de John Coltrane e de Don Cherry.
A reunião dos três «projectos» revelou-se oportunista, como se tinha revelado oportunista a presença de Bill Dixon no Exploding Star de 2010 neste mesmo palco. Ainda assim, a Exploding Star tinha um projecto consistente, mesmo se não inovador, o que não sucedeu aqui. Mazurek procurou fundir a modernidade dispersa – sustentada na electrónica; parece que se tem electrónica é moderno – dos Underground, com o saxofone coltraneano de Sanders, mas a fusão revelou-se revelou pífia. Os melhores momentos ainda assim estiveram a cargo do saxofone de Pharoah Sanders que, apesar de visivelmente debilitado, conseguiu emprestar memória e alma ao concerto.

Sex 2 Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian - Anf. Ar Livre 21.30 The Dreamers / John Zorn @ 60 John Zorn (dir), Marc Ribot (g-el), Jamie Saft (tec), Trevor Dunn (ctb, b-el), Kenny Wollesen (vib), Joey Baron (bat), Cyro Baptista (per)
Sáb 3 21.30 Essential Cinema / John Zorn @ 60 John Zorn (dir), Marc Ribot (g-el), Jamie Saft (tec), Trevor Dunn (ctb, b-el), Kenny Wollesen (vib), Joey Baron (bat), Cyro Baptista (per), Ikue Mori (elec)
Dom 4 21.30 Elektric Masada / John Zorn @ 60 John Zorn (dir), Marc Ribot (g-el), Jamie Saft (tec), Trevor Dunn (ctb, b-el), Kenny Wollesen (vib), Joey Baron (bat), Cyro Baptista (per), Ikue Mori (elec)
Seg 5 Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian - Anf. Ar Livre 21.30 Drumming GP plays Max Roach M'Boom Miquel Bernat (dir, per) Rui Rodrigues (per), Pedro Oliveira (per), João Cunha (per), João Tiago Dias (per) + Alexandre Frazão (bat, per), Andres (Pancho) Tarhabia (per), Márcio Pinto (per), Jefferey Davis (per)
Ter 6 21.30 Elephant9 + Reine Fiske Ståle Størlokken (hamm b-3, f-r), Nikolai Hængsle Eilertsen (b-el), Torstein Lofhus (bat), Reine Fiske (g-el)
Qua 7 21.30 The Thing XXL Mats Gustafsson (st. sb), Ingebrigt Håker Flaten (ctb), Paal Nilssen-Love (bat), Peter Evans (t, pic-t), Mats Åleklint (trb), Terrie Ex (g-el), Jim Baker (tec, elec)
Qui 8 21.30 Peter Evans Octet Peter Evans (t), Ron Stabinsky (p, t), Brandon Seabrook (g-el, bj, elec), Dan Peck (tu), Tom Blancarte (ctb, eu), Sam Pluta (elec, voz, trb), Jim Black (bat, elec), Ian Antonio (per)
Sex 9 21.30 Anthony Braxton Falling River Music Quartet Anthony Braxton (s, cl), Mary Halvorson (g-el), Ingrid Laubrock (st, ss), Taylor Ho Bynum (t, corn)
Sáb 10 21.30 Mary Halvorson Quintet Mary Halvorson (g-el), Jonathan Finlayson (t), Jon Irabagon (sa), John Hébert (ctb), Ches Smith (bat)
Dom 11 21.30 Pharoah & The Underground Pharoah Sanders (st, ss), Rob Mazurek (corn, elec), Guilherme Granado (tec, elec), Mauricio Takara (bat, per, elec), Matthew Lux (b-el), Chad Taylor (bat)