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John Escreet
Don't Fight The Inevitable
CD
Mythology Records 2010

 

 

John Escreet surge debaixo da figura tutelar de David Binney, mas eu creio que será justo atribuir-lhe igualmente a ascendência do Jazz mais irreverente e erudito da downtown nova-iorquina dos anos 90 do tipo de Mark Helias ou Formanek.
Don't Fight the Inevitable denota um trabalho de escrita inspirado, onde a improvisação se integra de forma notável, que está a fazer de Escreet o objecto das atenções dos futuristas do Jazz, e com razão.
Este será mesmo um dos trabalhos mais interessantes surgidos no campo de um Jazz que se diria culto, que apenas parece pecar ocasionalmente por excesso no doseamento da elaboração e no uso da electrónica que, mesmo se manipulada por Binney, surge quase sempre abstrusa e dispensável. O mesmo impetuoso Binney que protagoniza alguns dos momentos mais estimulantes do disco, a par do piano tayloriano de Escreet, mas que permite a pergunta se a música não seria outra sem o saxofone. Mas composições como "Civilization On Trial" ou "Avaricious World", que deveriam ser estudadas como modelares pelos estudantes de composição, fazem do segundo disco de John Escreet, e mesmo apesar de alguma menor pertinência de alguns momentos, justificável creio, pela juventude, um dos discos de Jazz mais estimulantes do ano.
John Escreet, fixem este nome.

 

Ambrose Akinmusire (t)
David Binney (sa, elec)
John Escreet (p)
Matt Brewer (ctb)
Nasheet Waits (bat)

(Este texto foi publicado em Jazz 6/4 #7)