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John Taylor
Whirlpool

CD Camjazz 2007

 

Sofisticado, elegante, impressionista, John Taylor é um dos mais brilhantes pianistas do Reino Unido, um veterano imperturbável na afirmação de um caminho que trilha desde há quarenta anos.
A formação mais célebre de John Taylor, Azimuth, bastante invulgar de piano, trompete (Kenny Wheeler) e voz (Norma Winstone), perdurou por mais de vinte anos, e ele colaborou com Marc Johnson, Joey Baron, Arild Anderson, Peter Erskine, Jan Garbarek, Charlie Haden, Lee Konitz, Enrico Rava, John Surman, Steve Swallow, Miroslav Vitous ou Ralph Towner, em mais de uma centena de discos em diferentes formações e contextos.

Mas é no trio de piano que eu creio que Taylor melhor se exprime. Foi sobejamente notada no passado a sofisticação do trio com Joey Baron e Marc Johnson, mas este novo trio com Martin France e Palle Danielsson parecem ser o seu grupo de eleição de sempre. Sensível e intuitivo Martin France, sólido e omnipresente Palle Danielson, revelam-se verdadeiras almas gémeas de Taylor. Talvez menos anguloso que no passado, o pianista de Whirlpool nunca cede a rodriguinhos ou excessos, nem mesmo em temas que se prestam a isso como «I Loves You Porgy», tocado de forma despojada.

É nos tempos lentos que John Taylor se aproxima de Bill Evans, na utilização do silêncio e na abordagem maviosa ao teclado. A exploração dos temas só aparentemente é óbvia; realmente engenhosa. Discípulo de Bill Evans - o mais europeu dos pianistas americanos - ele ajuntou-lhe alguma da erudição clássica que vai buscar a Debussi, longe longe dos barrocos, e a dose de inspiração própria que lhe legitima o caminho e que se diria poética na forma como fala e na forma como escolhe como que palavras e silêncios.

Whirlpool confirma John Taylor como um dos mais sofisticados e modernos pianistas do Jazz europeu. Um disco belíssimo.

 

John Taylor (p)
Martin France (bat)
Palle Danielsson (ctb)