Longnon Big Band
Encore du bop???

CD Integral 2009

Jean Loup Longnon (dir, t) Fabien Norbert (t),
Vincent Echard (t),
Mathieu Tarot (t),
Laurenz Rainer (t),
Brice Moscardini (t),
Michael Joussein (trb),
Daniel Israel (trb),
Pierre Guicquero (trb),
Jean Crozat(trbb),
Boris Pokora (sa, f),

Antoine Daures (sa),
Remi Dumoulin (st, cl),
Patrick Bocquel (ls, ss),
Xavier Sauze (sb),

Ludovic Alainmat (p),
Manu Marches (ctb),
Frederic Delestré (bat),
Chloe Cailleton (voz)
+
Fabien Marcoz (ctb)
Bruno Caviglia (g)
Louis Mazetier (p)

 

 



 

 

 


A pergunta que Jean Loup Longnon coloca em Encore du bop??? é obviamente uma provocação.
A Longnon Big Band foi fundada por Frederic Delestré, o baterista da orquestra (diga-se de passagem um verdadeiro volumoso baterista de orquestra, uma coisa que escasseia em Portugal) e é constituída basicamente por sopros – sem cordas - mais secção rítmica, na boa tradição bop: quatro trompetes mais um (Longnon, que também dirige), quatro trombones, cinco palhetas (saxofones, flauta e clarinete), piano, baixo, bateria e ainda a voz de Chloé Cailleton. Para a gravação do disco, a orquestra convidou ainda quatro outros músicos para alguns temas.
A gravação foi realizada num estúdio no campo, tendo convidado algum público seleccionado que dá características de gravação ao vivo ao disco.
O alinhamento é obviamente bebop, tendo algumas composições alheias sofrido um tratamento condicente. Os temas mais estranhos à linguagem bop serão os clássicos da canção francesa como Que reste t’il de nos amours de Charles Trenet e L’important c’est la rose de Gilbert Bécaud, mas também o Lush Life de Strayhorn e mesmo o I Got You Under My Skin de Cole Porter, imortalizado por Sinatra; sendo os mais genuínos o Tour de Force de Dizzy Gillespie com interpretação vocalese de Chloé Cailleton, o lendário rag de Boris Vian On est pás là pour se faire engueuler e ainda uma mão cheia de originais de Longnon.
Não pode deixar de fazer estranhar os estudiosos, que ao mesmo tempo que muitos músicos procurem e se questionem sobre o futuro do Jazz, outros músicos e discos estejam mais interessados no passado, num verdadeiro movimento essencialista. E não deixa de ser estranho que a tradição bop tenha seguidores na Europa (como eles persistem em Portugal), mas a boa verdade é que, a avaliar por este e outros discos, ela está bem, viva e recomendável. Encore du bop é um bom disco de Jazz (bop), vigoroso e bem disposto e sem mais pretensões que fazer um disco da boa velha música.
E uma pequena provocação: Encore du bop???