TOAP Colectivo
Guimarães Jazz/ TOAP Colectivo Vol V
CD
TOAP 2011
Mário Laginha (p)
André Fernandes (g)
Julian Arguelles (st, ss),
Nelson Cascais (ctb),
Marcos Cavaleiro (bat)
O TOAP Colectivo nasceu da colaboração entre o Guimarães Jazz e a editora portuguesa Tone of a Pitch (TOAP), a editora do guitarrista André Fernandes.
A colaboração surgiu naturalmente, dadas as políticas de ambos: a TOAP dedica-se preferencialmente a editar músicos portugueses e o Guimarães Jazz desde há muito que se interessa pela divulgação e desenvolvimento do Jazz nacional, e um dos seus mais interessantes eventos é a organização de uma workshop de Jazz que funciona com uma banda de músicos americanos, sempre diferente, expressamente convidada para o efeito, e que ao longo de duas semanas (o período do festival) trabalha com umas largas dezenas de jovens. O resultado é sempre um concerto público (que em tempos foi co-financiada pela Culturgest, concretizando-se também num concerto em Lisboa) no final da segunda semana.
Desde 2006 que ambos colaboram na edição de um disco, a partir de um projecto apresentado também no Guimarães Jazz, e cuja responsabilidade é inteiramente da editora. Pelo colectivo passou, ao longo destes anos, a nata do Jazz nacional, Bernardo Sassetti, André Fernandes, Nelson Cascais, João, Pedro e Bernardo Moreira, Jorge Reis, André Sousa Machado, Bruno Pedroso, Alexandre Frazão, mas também músicos estrangeiros a viver em Portugal ou que têm colaborado de uma forma ou outra em projectos de origem nacional: Matt Renzi, Jacob Sacks, Ohad Talmor, Demian Cabaud, Dan Weiss, Ben Monder, Pete Rende e Matt Pavolka.
O quinto volume, gravado e apresentado ao vivo no Centro Cultural Vila Flor durante o Guimarães Jazz de 2010, e com edição comemorativa dos 20 anos do festival em 2011, contou com uma constituição luxuosa: Mário Laginha, André Fernandes, Julian Arguelles, Nelson Cascais e Marcos Cavaleiro.
Do ponto de vista da música, esta será porventura a mais portuguesa das cinco formações, com uma estética muito marcada por Mário Laginha e André Fernandes, e complementada com Arguelles. Essa estética, essa escola, que marca muito o Jazz nacional, revela-se em todos os temas e é reconhecível no próprio fraseado, no lirismo, e na sua lógica, diríamos assertiva, a que poderíamos apenas apontar a ausência de risco ou irreverência. Com a excepção do mais jovem Cavaleiro, todos os membros do grupo contribuem democraticamente para o alinhamento, mas a verdade é que a diferença apenas se nota nalgum protagonismo do instrumento do autor das músicas, ainda assim camuflado por um todo coeso que em momento algum claudica.
Música, como disse, ausente de risco, ela é perfeita na concepção e na execução, luminosa e definitiva.