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Mark Turner

 

10 de Julho 2016, Hot Club

 

Marcado para o dia da final do Europeu de Futebol (excepcionalmente, em dia de Hot fechado; mas quem diria que Portugal chegaria à final e venceria o Europeu?), o concerto de Mark Turner começou com meia hora de atraso, com o Hot Club quase vazio.
Jazz sólido, insuperável, Mark Turner confirmou com a naturalidade de como respira, porque é um dos mais sólidos executantes do saxofone da actualidade. Saxofonista cerebral, o Jazz que apresenta é quase sempre destituído do sentido do blues, com um discurso harmónico erudito e consistente, que se prolonga nas improvisações angulosas, e nos contrapontos com o trompetista; ora elegante e contido, ora exuberante e acutilante.
Seria de esperar algo da ambiência clássica, ou as formas mais free que por vezes assomaram em Lathe of Heaven (ECM, 2014), até pela idêntica formação – piano less quartet – onde apenas o contrabaixista (Joe Martin) se mantém, mas o concerto a que pudemos assistir remeteu-se para a território do Jazz inequívoco, ainda que se trate do Jazz culto que evita o pós-bop que é cultivado pela maioria dos saxofonistas contemporâneos. Mas quem disse que Mark Turner não era um saxofonista emocionante?
O quarteto que se apresentou no Hot revelou-se quase sempre impetuoso, e diria que em grande medida graças ao trompete desafiante de Jason Palmer, a par da secção rítmica – Martin no contrabaixo e Jonathan Blake na bateria. Este é provavelmente um grupo em experiência, mas o nível da música e dos músicos fez do concerto um daqueles grandes momentos do Hot Club de Portugal, a que infelizmente poucas pessoas (enfim, o Hot foi enchendo ao longo da noite) puderam assistir.
Diria que valeria a pena trazer de novo Mark Turner a Portugal, com este grupo.

 

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