Danilo Perez (p)
Ben Street (b)
Adam Cruz (bat,
per)
Rudresh Mahanthappa (sa)
Jamey Haddad (per)
Ernesto
Diaz (per)
Sara Serpa (voz)
Matt Marvuglio (f)
Barbara Laffitte (oboe)
Amparo Edo Biol (trom)
Margaret Phillips (fag)
Jose Benito
Meza Torres (cl)
Providencia, que Danilo
Perez veio apresentar em antecipação ao CCB em Julho passado,
será porventura a obra mais ambiciosa do pianista e compositor. Apesar
de a base ser o trio habitual, com Ben Street e Adam Cruz, Providencia conta
ainda com Rudresh Mahanthappa no saxophone, dois percussionistas, a voz da
portuguesa Sara Serpa e um quinteto de cordas clássico.
Providencia foi escrito como uma suite, onde para cada peça foram feitos
arranjos de características distintas, com instrumentos distintos para
diferentes temas. Superando as melhores expectativas, o resultado final é bastante
interessante e equilibrado, se pensarmos que Danilo juntou numa única
obra materiais e músicos bastante diversos. Danilo Perez é um
pianista com um forte timbre latino, mas suficientemente versátil para
fornecer o pano de fundo a um saxofonista tão voluptuoso quanto Rudresh
Mahanthappa ou de ser lírico quanto as cordas. Os exempos mais bem conseguidos
do entrosamento de formas acontece no mais barroco Bridge of Life, com o quinteto
de cordas em evidência, e Providencia – que dir-se-ia escrito para
o singular scat de Sara Serpa - que me lembrou Hermeto Pascoal. A prestação
do saxofonista é bastante desigual, mas pertinaz, balanceado em Galactic
Panama e Oracle (Dedicated to Charlie Banacos), ou torrencial em The Maze:
The Beginning para saxofone e piano.
Providencia é um álbum bastante conseguido, desvendando a faceta
do Danilo Perez compositor, sobre materiais menos epidérmicos e mais,
diríamos eruditos.