Longnon Big Band
Encore du bop???
CD Integral 2009
Jean Loup
Longnon (dir,
t) Fabien
Norbert (t), |
Antoine
Daures (sa), |
A pergunta que Jean Loup Longnon coloca em Encore du bop??? é obviamente
uma provocação.
A Longnon Big Band foi fundada por Frederic Delestré, o baterista da
orquestra (diga-se de passagem um verdadeiro volumoso baterista de orquestra,
uma coisa que escasseia em Portugal) e é constituída basicamente
por sopros – sem cordas - mais secção rítmica, na
boa tradição bop: quatro trompetes mais um (Longnon, que também
dirige), quatro trombones, cinco palhetas (saxofones, flauta e clarinete),
piano, baixo, bateria e ainda a voz de Chloé Cailleton. Para a gravação
do disco, a orquestra convidou ainda quatro outros músicos para alguns
temas.
A gravação foi realizada num estúdio no campo, tendo convidado
algum público seleccionado que dá características de gravação
ao vivo ao disco.
O alinhamento é obviamente bebop, tendo algumas composições
alheias sofrido um tratamento condicente. Os temas mais estranhos à linguagem
bop serão os clássicos da canção francesa como
Que reste t’il de nos amours de Charles Trenet e L’important c’est
la rose de Gilbert Bécaud, mas também o Lush Life de Strayhorn
e mesmo o I Got You Under My Skin de Cole Porter, imortalizado por Sinatra;
sendo os mais genuínos o Tour de Force de Dizzy Gillespie com interpretação
vocalese de Chloé Cailleton, o lendário rag de Boris Vian On
est pás là pour se faire engueuler e ainda uma mão cheia
de originais de Longnon.
Não pode deixar de fazer estranhar os estudiosos, que ao mesmo tempo que muitos
músicos procurem e se questionem sobre o futuro do Jazz, outros músicos e discos
estejam mais interessados no passado, num verdadeiro movimento essencialista.
E não
deixa de ser estranho que a tradição bop tenha seguidores
na Europa (como eles persistem em Portugal), mas a boa verdade é que,
a avaliar por este e outros discos, ela está bem, viva e recomendável.
Encore du bop é um bom disco de Jazz (bop), vigoroso e bem disposto
e sem mais pretensões que fazer um disco da boa velha música.
E uma pequena provocação: Encore du bop???