JazzLogical 15 de Maio de 2025
Os próximos meses vão ter muito Jazz e bom, e já esta semana a vida está complicada para os jazzólicos: eu contei mais de trinta concertos, e a semana já vai longa!
A norte, à distância de poucos quilómetros, em Espinho e Aveiro, tocam amanhã, à mesma hora, Nduduzo Makhathini e Rabih Abou-Khalil; e destaques internacionais ainda para o pianista italiano Antonio Faraò com John Patitucci e Gene Jackson na Nazaré.
Eu creio que o pianista sul-africano e estrela da Blue Note Nduduzo Makhathini se estreará em Portugal em Espinho, e o mínimo que posso dizer é que o programador do Auditório de Espinho é um tipo atento e de bom gosto. Entre outras coisas interessantes Espinho já viu este ano Bill Frisell e Michael Formanek e nos próximos meses vai ter oportunidade de ver Ambrose Akinmusire, The Bad Plus, Joshua Redman, Al Di Meola, Makaya McCraven e Dave Holland com Chris Potter. Ou seja: mais do que o CCB, a Culturgest e a Casa da Música juntos! E ainda, Espinho tem uma orquestra de Jazz que começa a competir com as orquestras de Jazz nacionais (que até fez o que foi para mim um dos melhores discos do ano passado!)
Enfim estou a desviar-me do assunto que é a Agenda. Pois com disse Nduduzo Makhathini é sul-africano e uma das estrelas da Blue Note e, digo eu, merece ser ouvido. Há uma musicalidade e espiritualidade, que é também a do mestre Abdullah Ibrahim, mas que nos recorda também um pouco Pharoah Sanders e John Coltrane. O ano passado o pianista editou o muito bom (e inominável) uNomkhubulwane.
Toca sexta 16.Na próxima semana o quarteto de Ambrose Akinmusire vem a Espinho.
O Campus Jazz, que se estende por três meses, providencia esta semana o encontro do popular músico libanês Rabih Abou-Khalil com a Orquestra Filarmonia das Beiras. Sexta 16.
Rabih Abou-Khalil é um virtuoso do oud e terá a acompanhá-lo o percussionista Jarrod Cagwin.Na próxima semana tocam em Aveiro o Nine Sparks Riots e a Campus Jazz Big Band.
Esta semana o Festival de Jazz do Valado de Frades leva a palco, dois palcos, dois concertos: no Cineteatro da Nazaré toca o trio de Antonio Faraò com John Patitucci e Gene Jackson. À competência e sabedoria do Jazz de Faraò junta-se a energia de Jackson e a alegria de Patitucci. Sábado 17.
Na histórica sala da BIR do Valado de Frades toca no dia anterior Alexandre Frazão. Frazão, que fez um dos melhores discos nacionais de 2024, «Quintessencia», terá no palco da BIR, à frente nos sopros, Tomás Marques e Luís Cunha, e na secção rítmica Manuel Oliveira, Rodrigo Correia, e ele mesmo Alexandre Frazão. Sexta 16.
A próxima semana é de mulheres no Valado, com Clara Lacerda e Maria Carvalho.
Esta semana, também, decorre em Almada o Festival de Jazz Manouche, que celebra a herança do grande músico que foi Django Reinhardt.
Os protagonistas da festa são Mozes Rosenberg, Favino Lorier e a Pompadelic Swing Orchestra. De sexta a domingo no Cine Incrível.
E enfim, esta semana ainda vão a tempo de assistir ao último concerto da FEUP Jazz Fest, no Porto, com o Gil Silva Quinteto. Quinta 15;
Em Oeiras, poderá ser uma surpresa, um trio que pode fundir samba e Jazz, e fá-lo muito bem!: o Trio Corrente! No Auditório Ruy de Carvalho, sexta 16;
Em Lisboa, no Távola, Ricardo Toscano completa o No Project Trio, hoje quinta;
Ainda em Lisboa, no Hotel Tivoli, ao fim da tarde de sexta, toca o trio do jovem virtuoso Hugo Lobo;
E em Faro, nos Dias do Jazz, tocam, amanhã sexta, o Carlos Bica «11:11»;
e no sábado 17, os Algarve Jazz Collective.
Na próxima semana continuam o Jazz no Valado, o Campus Jazz (Nine Sparks Riots) e os Dias do Jazz, Ingrid Laubrock/ Tom Rainey/ Brandon Lopez tocam na Porta-Jazz, Ambrose Akinmusire Quartet toca em Espinho e Dee Dee Bridgewater canta no CCB.
E mais concertos e informação que estão na Agenda Jazz
Próximos Concertos Internacionais
Rabih Abou-Khalil & Orquestra Filarmonia das Beiras - Aveiro (Campus Jazz), 16 Maio
Nduduzo Makhathini - Auditório de Espinho, 16 de Maio
António Faraò c/ John Patitucci e Gene Jackson, Nazaré ( Jazz no Valado), 17 de Maio
Ambrose Akinmusire, Auditório de Espinho, 24 de Maio
Dee Dee Bridgewater, Lisboa, CCB, 25 de Maio
Ben Wendel & Orquestra de Jazz da UA - Gafanha da Nazaré (Campus Jazz), 29 Maio
The Bad Plus, Auditório de Espinho, 6 Junho
Joshua Redman & Orquestra de Jazz de Espinho - Auditório de Espinho, 16 Junho
Emmet Cohen Trio - Jazz no Parque, Barreiro, 27 de Junho
Aaron Parks "Little Big" - Jazz no Parque, Barreiro, 27 de Junho
Peter Bernstein Quartet - Jazz no Parque, Barreiro, 28 de Junho
Daniel García Trio - Jazz no Parque, Barreiro, 29 de Junho
Carlos Bica «Azul» - Jazz no Parque, Barreiro, 29 de Junho
Vijay Iyer - Braga, Theatro Circo, 3 Julho
David Murray - Braga, Theatro Circo, 5 Julho
Ambrose Akinmusire, Funchal Jazz, 10 Julho
Makaya McCraven, Auditório de Espinho, 11 de Julho
Mary Halvorson - Braga, Theatro Circo, 11 Julho
Carlos Bica «Azul» - Funchal Jazz , 11 Julho
Lakecia Benjamin - Funchal Jazz , 11 Julho
Fred Hersch Trio - Funchal Jazz , 12 Julho
Maria Schneider & Orquestra de Jazz do Funchal - Funchal Jazz, 12 Julho
Orquestra Jazz de Matosinhos & Peter Evans - Braga, Theatro Circo, 12 Julho
Kismet (Dave Holland, Chris Potter, Kevin Eubanks e Obed Calvaire), Auditório de Espinho, 13 de Julho
William Parker/ Cooper-Moor/ Hamid Drake, Jazz em Agosto, 1 Agosto
Kris Davis Trio - Jazz em Agosto, 2 Agosto
Darius Jones - Jazz em Agosto, 3 Agosto
Thumbscrew - Jazz em Agosto, 9 Agosto
Patricia Brennan Septet - Jazz em Agosto, 10 Agosto
Mais concertos e informação na Agenda Jazz
Próximos Festivais
Festival de Jazz do Valado dos Frades - Valados dos Frades e Nazaré, Abril e Maio
Campus Jazz - Aveiro e Gafanha da Nazaré, (Universidade de Aveiro), Abril e Maio
Os Dias do Jazz - Faro, Abril e Maio
Festival Causa Efeito - Lisboa (Universidade Autónoma), Maio
Festival Jazz Manouche, Almada, Maio
Julho é de Jazz, Braga, Julho
Quebra Jazz, Coimbra, Julho
Jazz em Agosto, Lisboa, (Gulbenkian), Agosto
Mais concertos e informação na Agenda Jazz
Acaba de sair o «dicionário subjectivo» do José Navarro de Andrade, que dá pelo nome de Toque de Jazz. E é isso mesmo: um dicionário subjectivo, feito por um tipo que já ouve Jazz há cinquenta anos.
E já o desfolhei e li as primeiras entradas: o «AABA» da estrutura clássica de uma composição Jazz; o «Anatomia de um crime» (as entradas estão em português), o clássico do Otto Preminger com banda sonora de Duke Ellington; o rei «Armstrong» e os «Automóveis», as tragédias rodoviárias do Jazz. E ainda não cheguei lá, mas já vi que o dicionário acaba com o «Ben Webster» e o «West Coast Jazz», o «Song X» de Ornette/ Metheny, a paixão de «Lester Young e Billie Holiday» e o «Zénite: 1959», o ano de todos os prodígios.
E o livro acaba com «50 álbuns essenciais» mais cinquenta, e um «Índice Cronológico».
Ainda apenas comecei, mas já confirmei: Toque de Jazz é um livro subjectivo, como não podia deixar de ser, apaixonado, e obrigatório para os amantes do Jazz.Toque de Jazz, José Navarro de Andrade, The Poets and Dragons Society
Foram anunciados os prémios da Jazz Journalists Association do ano de 2024.
Entre outros, a JJA atribuiu ao disco de Charles Lloyd o prémio para o disco do ano, com The Sky Will Still Be There Tomorrow.
Os parabéns de JazzLogical a Charles Lloyd.Entretanto serão anunciados muito brevemente os prémios do ano de JazzLogical.
Se o jazz ajudou a preparar o terreno para a nossa democracia, 50 anos depois, mantem o seu papel primordial: um reduto de liberdade individual, uma música viciante, comprometida socialmente, e aberta à exploração criativa. O “jazz é cultura”, para recuperar o mote do primeiro Cascais Jazz, mas é acima de tudo democracia. Afinal, não há outra expressão artística, ao mesmo tempo, tão comprometida com a liberdade individual e com o compromisso coletivo como o jazz. Uma combinação singular e de valor inestimável. Ontem, como hoje.
Pedro Adão e Silva
(Hot News 19)
Hot News 19
Acaba de sair o número 19 da Hot News, (revista do Hot Club de Portugal), que contém um dossier comemorativo dos 50 anos da liberdade: «Jazz, Liberdade e Democracia».
Índice:
Editorial - Pedro Moreira
Uma casa para 50 anos - António Campinos Poças
João Abel Manta
A música da liberdade, ontem como hoje - Pedro Adão e Silva
Jazz, Liberdade, Democracia e Mulheres - Cristina Marvão
As portas que o Cascais Jazz abriu - José Jorge Letria
O caso Charlie Haden - Leonel Santos
Dois CD, dois olhares inquietos sobre o mundo, Charlie Haden e Carla Bley - António Branco e Leonel Santos
Entrevista a José Soares - Leonel Santos
Dia Internacional do Jazz - José Ribeiro Pinto
Às voltas com Alegria - António Campino Poças
O Gualdino e as «sessões da drogaria ideal» - António José Barros Veloso
Hot em números - António Campino Poças
Um ano fora de portas e os 100 anos do Villas - Luis G. CunhaCapa: Django Reinhardt por João Abel Manta (1948)
(e ainda um inspirado retrato de Boris Vian do mesmo João Abel Manta)
No próximo domingo não fique em casa: vote.
"Cumplicidade no genocídio dos palestinianos". Antigos vencedores e participantes querem Israel fora do Festival da Eurovisão
Martial Solal - Une vie à l'improviste
Belíssima homenagem a um dos mais importantes músicos de Jazz de sempre, e não apenas do Jazz europeu ou do Jazz francês, Martial Solal - Une vie à l'improviste terá sido porventura o grande desafio da vida do autor, Vincent Sorel.
Mais do que uma biografia, Sorel quis conhecer o pianista, o homem, as ideias, as incertezas e as vitórias; quis entrar na vida de Martial Solal.
Sorel hesita e por vezes é o próprio Martial Solal que fala; mas é também ele, autor, que se questiona e questiona o leitor: como colocar em apenas duzentas páginas a vida de um gigante!
Biografia em jeito de novela gráfica, fala de si também, da sua pequenez perante uma lenda, perante um músico que atravessou uma época e tocou com toda a gente, e acrescentou sempre. E diria que Sorel conseguiu muito bem comunicar a personalidade inquieta e a riqueza da vida de uma lenda.
Editado ainda no ano passado, Martial Solal ainda terá tido tempo de o ver antes de nos deixar, e é uma obra que merece estar na biblioteca BD básica de qualquer apaixonado do Jazz.
O Jazz na Banda Desenhada
Uma biografia de Pannonica, a Baronesa do Jazz,
a graphic novel Miles en Paris, onde se conta a história dos amores de MIles Davis e Juliette Gréco)
e os Blues por Robert Crumb, .
Está tudo isto e mais em
O gato escarninho
E já agora, se não for muito abuso, as minhas Histórias de Jazz serão sempre um excelente presente, para o próprio ou para oferecer.
E se não encontrarem nas livrarias, podem sempre encomendá-lo à editora Guerra e Paz.Histórias de Jazz nos Media e no Spotify
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Conferência «As Mulheres e o Jazz», 7 de Dezembro 2018, ISCTE, Lisboa, Leonel Santos
Integrada na Conferência Internacional
«Mulheres, Mundos do Trabalho e Cidadania – Diferentes Olhares, Outras Perspetivas»,
ISCTE 6 e 7 de Dezembro 2018
Exposição «O Jazz na Banda Desenhada»
Hot Club de Portugal - 15 de Setembro 2021 - 31 de Março de 2022
E no Funchal Jazz, de 4 a 10 de JulhoIntrodução
Autores e obras exibidos
Will Eisner
Siné
Cabu
Alcimar Frazão
Antonio Pamies
Robert Crumb
Harvey Pekar
JazzBanda
José Carlos Fernandes
Sualzo
Loustal & Paringaux
Gonzàlez & Altuna
Youssef Daoudi
Muñoz & Sampayo
Jose Muñoz
Guido Crepax
Sergio Toppi
BD Jazz
Esta exposição também pôde ser visitada no Auditório Municipal Augusto Cabrita - Barreiro de 30 de Abril a 31 de Julho de 2022Curadoria de Leonel Santos
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