JazzLogical 28 Outubro de 2024
Agenda Jazz:
Os destaques da semana vão para o Festival Timbuktu, e dois concertos obrigatórios em Braga em dois dias consecutivos: o Bill Frisell Four no Theatro Circo, e o Lakecia Benjamin «Phoenix» no gnration.
A editora Timbuktu tem esta semana o seu primeiro festival, dois dias e seis concertos entre os quais quatro de Jazz, mais dois DJ set.
Ao que ao Jazz respeita o festival abre com os Kandar do guitarrista Zé Cruz e o lançamento do novo disco de André Santos, Vereda, na terça 29; e o clássico Mário Laginha Trio, seguido da banda de Akiko Pavolka, na quarta 30.Expectativa para o Kandar, do guitarrista Zé Cruz, que nunca ouvi, com José Soares, Miguel Meirinhos, Nelson Cascais e André Sousa Machado. «Tales beyond a cellar door» teve lançamento em Janeiro deste ano.
Expectativa também para a apresentação de Vereda de André Santos, um quarteto de dois saxofones, bateria e guitarra, sem contrabaixo: «Sabemos sempre onde começamos, mas nunca sabemos onde acabamos». A aventura, com José Soares e Francisco Andrade nos saxofones e Diogo Alexandre na bateria.
Com mais de um quarto de século de vida, não se divisam rugas no Trio de Mário Laginha, mas o mesmo rigor e o mesmo fulgor do Jazz dos primeiros tempos. A dispensar mais apresentações, com Bernardo Moreira e Alexandre Frazão.
«Akiko Pavolka é uma pianista, cantora e compositora residente em Brooklyn, cuja música original mistura a pop e o jazz com a música e as sensibilidades do seu Japão natal.», se apresentava assim há não muito tempo Pavolka. Into The Light tem edição Timbuktu de 2024.
Todos os concertos no 8 Marvila, ao Poço do Bispo.
«músico superlativo, Bill Frisell é um improvisador notável, de recursos infinitos, técnicos, musicais e históricos; mas o que ele tem de maravilhoso é a forma como manuseia o caos (como um deus), como joga com os elementos, os mistura e conjuga, como brinca (como um deus brincalhão)…»
Acho que já escrevi de tudo sobre Bill Frisell, e o meu conselho é sempre e apenas: vão vê-lo.
Em concerto inesperado, toca no Theatro Circo no sábado 2.
E o dia seguinte (domingo 3), também em Braga, no gnration, toca Lakecia Benjamin; e permitam-me que me cite de novo:
«… no saxofone, o seu instrumento, Lakecia Benjamin é um vulcão. Aqui ela não inventou nada: ela foi beber aos melhores, a Coltrane, Charlie Parker e Wayne Shorter, e diria que aprendeu tudo o que havia a aprender. Mas ela é original nesta fusão de elementos pop com o Jazz que podem causar estranheza aos mais puristas, mas é a sua marca.»
Mas há mais música esta semana:
Ricardo Pinto & So What Machine tocam no Tivoli Avenida Liberdade, às 19.30 de quarta 30;
no Távola Bar tocam o Ricardo Toscano Quartet; Hugo Lobo et al. para «A música de Bobby Timmons»; Lacerda e outros no Duke Ellinton Songbook; entre outros, de terça a sábado;
no Café Dias, ao fim da tarde de quinta, tocam Marques, Marques e Melo;
The Rite of Trio & Ensemble Vocal cantam «Amores Infinitos», também na quinta, na Culturgest;
Maria João & André Mehmari canta e toca na Casa da Música, na sexta, 1 de Novembro;
João Barradas & Carlos Bica tocam em Torres Vedras, no mesmo dia de santos;
o talentoso João Almeida é o solista da Orquestra Jazz de Matosinhos, no Teatro Constantino Nery, no sábado 2;
e outros concertos e mais informação que pode encontrar na Agenda Jazz.
Na próxima semana Lakecia Benjamin toca no Teatro da Trindade,
Ken Vandermark toca no Salão Brasil e na Zé dos Bois;
e quem ainda não comprou bilhetes para o Guimarães Jazz é bom que se apresse.
ANGRAJAZZ 25 ANOS
(por Paulo Barbosa)
A abrir a 25ª edição do festival, a Orquestra Angrajazz fez uma espécie de batota, e ainda bem que a fez: ao convidar o saxofonista Perico Sambeat para o papel de solista principal, Pedro Moreira e Claus Nymark sabiam que o desafio estava ganho logo à partida! Perico é, de facto, um músico de exceção, que só por viver em Espanha e não nos Estados Unidos não chega a ser amplamente reconhecido como um saxofonista de primeira linha no jazz contemporâneo.
Incluindo peças como “Moon River”, “Days of Wine and Roses” (ambas de Henry Mancini), “A Sleeping Bee” (Harold Arlen), “In Your Own Sweet Way” (Dave Brubeck), “Venus de Milo” (Gerry Mulligan), “Muñequita Linda (Sambeat) ou “On the Ginza” (Wayne Shorter), o repertório revestiu-se de enorme bom gosto, mas foi em “Chelsea Bridge” (Billy Strayhorn), com uma belíssima cadenza pelo saxofonista convidado, que esta atuação terá atingido o seu momento mais memorável.
E, se Perico Sambeat fez o brilharete que fez enquanto solista ao longo de quase todo o concerto, não poderia deixar de louvar a crescente qualidade das prestações improvisadas de vários dos membros da orquestra, nomeadamente por parte dos dois jovens trompetistas Guilherme Costa e Tomás Reis.(continua)
Benny Golson
1929 - 2024Um dos grandes saxofonistas da História do Jazz, Benny Golson, faleceu ontem. Golson tornou-se conhecido principalmente como compositor, e são dele alguns populares standards como «I Remember Clifford», «Stablemates», «Whisper Not», «Along Came Betty» ou «Killer Joe», entre algumas dezenas de outras composições.
Com uma carreira longa e prolífera, começou por ser reconhecido nas bandas de Dizzy Gillespie e Lionel Hampton, mais tarde como co-líder, com Art Farmer, do Jazztet tendo, ao longo dos mais de 70 anos de actividade (!), tocado com Art Blakey, Red Garland, Jimmy Heath, Philly Joe Jones, John Coltrane ou Tadd Dameron, entre inúmeros outros.
Benny Golson tocou por diversas vezes em Portugal.Faleceu ontem, com 95 anos de idade, em sua casa, em Manhattan, New York.
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Vários leitores têm-me comunicado a sua preocupação quanto ao meu estado de saúde, que agradeço.
Como alguns saberão, desde o início de Maio que dois acidentes provocaram a paragem da minha actividade normal, que apenas agora estou a retomar, lentamente.
Estes acidentes fizeram-me questionar o futuro de JazzLogical. Repensar mesmo se deverei continuar, ou o que é que devo alterar, em que moldes; tudo está em aberto.
Entretanto a Agenda Jazz não está actualizada, do que apresento as minhas desculpas.
A Down Beat faz 90 anos e a edição do mês de Julho é dupla. Uma das revistas conta com uma série de artigos e entrevistas históricos imperdíveis, e a lista é longa: Louis Armstrong, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Duke Ellington, John Coltrane, Melba Liston & Randy Weston, Sarah Vaughan, Thelonious Monk, Miles Davis, Michael Brecker e McCoy Tyner, Joni Mitchell, Lester Bowie e Greg Osby, Sonny Rollins, Toshiko Akiyoshi, Max Roach, Marian McPartland, Gunther Schuller, The Heath Brothers e mais!
A outra revista é dedicada ao futuro, aos nomes que se prenunciam. Na imagem da capa está um jovem que nós já vimos tocar: Immanuel Wilkins!
Mais 90 anos são os nossos votos para a Down Beat, se não for pedir muito!
Histórias de Jazz nos Media e no Spotify
50 anos Cascais Jazz O Cascais Jazz n'A Capital O Cascais Jazz no República O Cascais Jazz de 1971 em All Jazz n.º2, 2002 O Cascais Jazz no Diário de Lisboa Os CDs:
Para que o mal triunfe só é preciso que os homens bons não façam nada.
Edmund Burke
Não ao massacre dos inocentes!
NÃO ao genocídio
Entrega incondicional dos reféns pelo Hamas!
Por uma Palestina livre!
Conferência «As Mulheres e o Jazz», 7 de Dezembro 2018, ISCTE, Lisboa, Leonel Santos
Integrada na Conferência Internacional
«Mulheres, Mundos do Trabalho e Cidadania – Diferentes Olhares, Outras Perspetivas»,
ISCTE 6 e 7 de Dezembro 2018
Exposição «O Jazz na Banda Desenhada»
Hot Club de Portugal - 15 de Setembro 2021 - 31 de Março de 2022
E no Funchal Jazz, de 4 a 10 de JulhoIntrodução
Autores e obras exibidos
Will Eisner
Siné
Cabu
Alcimar Frazão
Antonio Pamies
Robert Crumb
Harvey Pekar
JazzBanda
José Carlos Fernandes
Sualzo
Loustal & Paringaux
Gonzàlez & Altuna
Youssef Daoudi
Muñoz & Sampayo
Jose Muñoz
Guido Crepax
Sergio Toppi
BD Jazz
Esta exposição também pôde ser visitada no Auditório Municipal Augusto Cabrita - Barreiro de 30 de Abril a 31 de Julho de 2022Curadoria de Leonel Santos
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